Projeto Albatroz marca presença na 11ª Reunião do Comitê Assessor do ACAP, em Florianópolis
Apresentação de estudos científicos, discussões em prol da conservação e entrega de homenagens fizeram parte do evento
Treze anos depois, o Brasil teve a honra de receber, pela segunda vez, uma reunião do Comitê Assessor do Acordo Internacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP). Realizada entre os dias 13 e 17 de maio na cidade de Florianópolis (SC), ela teve ampla participação do Projeto Albatroz.
As ações para o evento, no entanto, começaram uma semana antes, durante a reunião dos Grupos de Trabalho, entre os dias 6 e 10. Neles, a equipe técnica do Projeto Albatroz apresentou estudos ligados ao uso do hookpod na diminuição da captura incidental de aves por interação com a pesca no Brasil e um paper sobre a mutilação de bicos de aves.
No decorrer dos compromissos científicos, uma surpresa. A fundadora e coordenadora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, foi homenageada pelos colegas do Grupo de Trabalho de Captura Incidental por seus quase 30 anos à frente do Projeto Albatroz e duas décadas de atuação no ACAP, no qual foi reeleita para o cargo de vice-presidente do Comitê Assessor da reunião deste ano.
“O mais incrível foi ter recebido essa homenagem da equipe do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, e de parceiros como o Tamar, além dos pesquisadores mais renomados sobre conservação de albatrozes no mundo, que acompanham meu trabalho há tantos anos”.
Destaques
Entre as discussões sobre a redução da captura das aves e sua conservação, a coordenadora destaca duas ações importantes. Uma delas diz respeito ao debate dos pesquisadores sobre estratégias para a garantia do cumprimento das três medidas mitigadoras recomendadas pelo ACAP pelos pescadores (largada noturna, toriline, regime de peso e ainda o uso de dispositivos de proteção dos anzóis) .
“Como o ACAP não tem resoluções mandatórias, uma das estratégias será fortalecer as mensagens do acordo junto às Organizações Regionais de Ordenamento Pesqueiro (OROPs). Elas têm suas resoluções e recomendações obrigatórias”, explica a coordenadora. Ela ressalta a importância da utilização de observadores de bordo para coleta de dados e a comunicação dessas informações ao ACAP através de relatórios nacionais.
Outro destaque foi a divulgação dos resultados do Programa de Monitoramento de Praias (PMP) realizado no Brasil no Grupo de Trabalho de Estado de Conservação e Populações (PaCS). A iniciativa contribui para o Banco Nacional de Amostras Biológicas (BAAP), além de dezenas de estudos sobre microplástico e outras contaminações. “O Comitê ficou muito surpreso com a importância e a magnitude do PMP e cumprimentou o país e a Petrobras por esse trabalho”.
Guia de coleta de amostras
Outra conquista do Brasil na reunião foi a apresentação de um paper com diretrizes de amostragem para avaliar a ingestão de plástico em espécies protegidas pelo ACAP - do qual a colaboradora Patrícia Serafini é uma das coautoras.
O documento inédito informa as melhores práticas para coletagem de amostras biológicas de aves para estudos diversos, realizados em âmbito internacional. Estas mesmas diretrizes já são aplicadas no Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis.
Jogo do Albatroz
Durante as reuniões do Grupo de Trabalho de Captura Incidental, no dia 7, os jovens do Coletivo Jovem Albatroz conduziram uma rodada descontraída do Jogo do Albatroz com os pesquisadores internacionais. O game é utilizado pela instituição para sensibilização do público sobre a necessidade do uso de medidas mitigadoras que impedem a captura de albatrozes.
Apresentação do BAAP
No dia 15, o Projeto Albatroz ofereceu um coquetel aos participantes da reunião e apresentou o Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis (BAAP), iniciativa que cataloga e armazena dados como sangue, tecidos, penas, órgãos, entre outros que auxiliam nos exames de DNA de aves marinhas, detecção de poluentes, virologia, bacteriologia e contaminação por microplásticos.
O BAAP, localizado em Florianópolis, propõe o intercâmbio dessas amostras para pesquisadores e instituições nacionais e internacionais com o objetivo de subsidiar estudos científicos em prol da conservação marinha. Ele é gerido pelo CEMAVE/ICMBio em parceria com o Projeto Albatroz e colaboração da R3 Animal.
Nesse mesmo dia, houve a entrega de homenagens do Projeto ao pescador inventor do Toriline de fitas curtas utilizado no Brasil, José Ventura, e à Kowalsky, empresa pesqueira que apoia a realização de embarques para pesquisas do Projeto Albatroz.
Novos TDRs para pesquisa
Provando que reuniões internacionais são excelentes oportunidades de intercâmbio de pesquisa, a equipe técnica do Projeto recebeu Time-depth recorders (TDRs) que vão auxiliar no desenvolvimento de estudos sobre capturas incidentais no Brasil e testes de afundamento do hookpod mini.
Os equipamentos foram doados pelos cientistas Edward Melvin, do Washington Sea Grant (EUA), e Graham Robertson, da Divisão Antártica Australiana. O pesquisador do Instituto de Investigaciones Marinas Marinas y Costeras da Universidad de Mar del Plata (Argentina), Juan Pablo Seco Pon, também recebeu exemplares do dispositivo.
Exposição ‘Vida no Mar’
Fora das salas de reunião do IL Campanario Villagio Resort, foi inaugurada a exposição de fotos do coordenador científico do Projeto Albatroz, Dr Dimas Gianuca. Intitulada ‘Vida no Mar’, ela é composta por 11 imagens registradas pelo pesquisador em expedições de pesquisa e também em terra firme, nas ilhas Malvinas/Falkland. A partir do dia 18 de maio, a mostra segue em Florianópolis, no Centro de Visitação do Projeto Tamar.
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