World Clean Up Day: Projeto Albatroz recolhe 357 kg de resíduos em Cabo Frio (RJ) e soma aos números da Rede Biomar
Atividade realizada no Centro de Visitação teve a participação de escolas municipais, moradores das comunidades do entorno e voluntários
Campanha global para mobilizar voluntários em torno da necessidade de limpeza de mares, rios, lagoas e oceanos, o World Clean Up Day deste ano foi marcada pelos esforços da Rede Biomar, formada pelos projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Meros do Brasil —, patrocinados pela Petrobras, com mutirões de limpeza de praia realizados entre os dias 13 e 27 de setembro em cinco estados, somando 4,7 toneladas de resíduos coletados - 357 kg somente na ação de Cabo Frio (RJ), realizada pelo Projeto Albatroz.
Nessa ação específica, mais de 50 voluntários se reuniram na manhã do dia 17 para limpar uma área de cerca de 500 metros às margens da Laguna de Araruama, que banha o Centro de Visitação do Projeto Albatroz e serve de abrigo e alimento para dezenas de espécies de aves limícolas que vivem e migram na Região dos Lagos.
Escolas municipais, como o CIEP 193 Wilson Mendes, da comunidade de Jacaré, moradores dos bairros do entorno, integrantes do Coletivo Jovem Albatroz, colaboradores da Petrobras e outros voluntários coletaram, em sua maioria, objetos plásticos, como garrafas, embalagens e sacolas, além de pedaços de madeira, brinquedos e outros itens, somando 357 kg - o quinto maior resultado dentre as 20 ações realizadas pela Rede Biomar. Em parceria com a Cooperben, cooperativa de catadores de Cabo Frio que atua com reciclagem, educação ambiental e inclusão social, todos os resíduos coletados e separados foram destinados corretamente.
Em Santos (SP), já no dia 20, o Projeto Albatroz também foi convidado para outra atividade de limpeza, organizada na Praia do Gonzaga, pelo Instituto Supereco em parceria com voluntários da Petrobras, Projeto Albatroz, Projeto Mantas do Brasil, ETEC Escolástica Rosa, Composta & Cultiva, Unimar e Rotary Club. Foram retirados da areia mais de 53 kg de resíduos com ênfase no microlixo e os grandes destaques foram os microplásticos e as bitucas de cigarro: foram 17,8 kg de plásticos e 1.646 bitucas.
Ação de relevância nacional
Com o objetivo de reforçar o papel da ciência cidadã e da educação ambiental na conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos, o mutirão da Rede Biomar aconteceu nas cidades de Barreiros (PE), Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Caraíva, Prado e Cumuruxatiba (BA); Vitória (ES); Rio de Janeiro, Cabo Frio e Macaé (RJ), São Sebastião e Ilhabela (SP).
No total, 1.813 voluntários percorreram 28 km de faixa litorânea, encheram 557 sacos de lixo e removeram 4,717 kg de resíduos (4,7 toneladas), com 32.013 itens registrados. A triagem somou 127 horas, cobrindo 194 sacos, o que permite qualificar o diagnóstico e alimentar bancos de dados que subsidiam políticas públicas. Em termos regionais, a Bahia liderou o volume coletado (2.203,7 kg), seguida por Rio de Janeiro (1.336,6 kg), Pernambuco (1.105,0 kg), São Paulo (51,7 kg) e Espírito Santo (20,1 kg) — diferenças que refletem tanto o tamanho das áreas e o engajamento local quanto características de uso e descarte nas praias.
O plástico foi mais uma vez o material mais coletado em nível nacional. Do total de resíduos, ele correspondeu a 36,6% em peso (1,7 tonelada) e a mais da metade dos itens registrados (51%). Nas amostras triadas de forma detalhada, esse percentual chegou a 85%, confirmando a predominância do plástico entre os resíduos que poluem as praias brasileiras e impactam diretamente os recifes de coral.
Além dos números, achados inusitados ajudam a contar a história do lixo no mar. Durante os mutirões, equipes identificaram dois fardos de borracha da Segunda Guerra Mundial — um enterrado em Arraial d’Ajuda (BA) e outro na restinga de Barreiros (PE) —, resíduos históricos associados a cargas de navios alemães afundados no Atlântico em 1944 que, mais de 80 anos depois, ainda emergem nas praias do Nordeste.
Também chamaram atenção garrafas PET com rótulos em chinês, recolhidas em Prado (BA) e Barreiros (PE), além de itens como assento de privada, um garrafão plástico com validade de 1997, um bujão de gás e bonecas de plástico danificadas — evidências de que correntes, ventos e hábitos de consumo dispersam resíduos por longas distâncias e por muito tempo.
O resultado deste ano reafirma a importância do engajamento da sociedade e da conscientização: cada voluntário que coleta, registra e classifica resíduos transforma a limpeza em dado científico — informação que fortalece campanhas educativas, orienta gestores públicos e inspira mudanças regulatórias e de comportamento. Desde 2018, as ações articuladas pelos projetos da Rede Biomar já mobilizaram mais de 4.400 pessoas e retiraram 17 toneladas, além de consolidar uma metodologia de triagem e registro que alimenta bases nacionais e internacionais.
Ranking das cidades por peso total de resíduos (kg):
Barreiros (PE) – 1.077,0 kg
Parque Campo do Arraial (BA) – 721,0 kg
Rio de Janeiro (RJ) – 592,6 kg
Macaé (RJ) – 389,0 kg
Cabo Frio (RJ) – 357,0 kg
Arraial d’Ajuda (BA) – 280,5 kg
Santa Cruz Cabrália – Vila Criativa (BA) – 254,5 kg
Porto Seguro – Orla (BA) – 245,9 kg
Prado (BA) – 243,9 kg
Santa Cruz Cabrália – Santo André (BA) – 115,0 kg
Caraíva – Xandó (BA) – 77,0 kg
Caraíva – Sede Velha (BA) – 69,0 kg
Cumuruxatiba (BA) – 61,9 kg
Santa Cruz Cabrália – Praia Arakakaí (BA) – 55,4 kg
Santa Cruz Cabrália – Guaiú (BA) – 52,0 kg
São Sebastião (SP) – 44,5 kg
Fernando de Noronha (PE) – 28,0 kg
Santa Cruz Cabrália – Coroa Vermelha (BA) – 27,5 kg
Vitória (ES) – 20,1 kg
Ilhabela (SP) – 7,2 kg
Sobre a Rede Biomar
A Rede de Conservação da Biodiversidade Marinha (Biomar) é formada pelos projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Meros do Brasil, patrocinados pela Petrobras, através do Projeto Petrobras Socioambiental. Desde 2008, a Rede Biomar realiza limpezas em praias e ambientes costeiros com metodologia padronizada e unifica e qualifica os dados que apoiam pesquisas e políticas públicas, além de sensibilizar voluntários para a reflexão sobre a produção e gestão de resíduos, ampliando o impacto das ações locais na conservação ambiental.
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