Vídeo sobre a história do ACAP é lançado no Dia Mundial do Albatroz
Entrevistado é John Cooper, um dos criadores do acordo internacional e também da data em homenagem a ave
Comemorado pela primeira vez em 19 de junho deste ano, o Dia Mundial do Albatroz foi criado no âmbito da última reunião das partes do Acordo Internacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP), realizada no ano passado em Florianópolis (SC). O objetivo da data comemorativa era chamar atenção do público para as ameaças à sobrevivência dessas aves e sua beleza singular. John Cooper, responsável pelo setor de comunicações do ACAP, foi um dos criadores tanto do acordo como da campanha e concedeu uma entrevista especial ao Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, resgatando o histórico do ACAP. O vídeo foi lançado no dia 19 no canal do YouTube da instituição.
Na entrevista, feita pela coordenadora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, Cooper relembra histórias sobre a origem do acordo por iniciativa de pesquisadores australianos, a inserção de 11 espécies de albatrozes na lista de proteção da Convenção de Bonn, que contempla aves migratórias, em 1995 e a sucessão de reuniões que deram origem ao ACAP.
A segunda reunião do Comitê Assessor do ACAP, do qual Tatiana Neves é hoje vice-presidente, aconteceu em Brasília (DF) em 2006, antes mesmo do país aderir oficialmente ao acordo. Cooper e Tatiana relembram que tal encontro também marcou o lançamento do Plano Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (Planacap), uma das grandes conquistas na trajetória de 30 anos do Projeto Albatroz.
Ainda sobre conservação marinha, John Cooper contou histórias sobre seu esforço para a inclusão de sete espécies de petréis na lista de espécies protegidas pelo ACAP, que hoje já conta com mais de 30 aves, e também a relevância da mais recente delas: a pardela-da-pata-rosada (Puffinus creatopus), que se reproduz na costa chilena.
Segundo a coordenadora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, a entrevista é uma forma da instituição contribuir para a divulgação da data e também homenagear o trabalho do ACAP para a conservação das aves ao redor do mundo.
"Tenho dedicado minha vida para a conservação de albatrozes e petréis, e ter um Dia Mundial do Albatroz, como um reconhecimento da importância global para essas aves magníficas e das ameaças que elas enfrentam, é crucial para aumentar a consciência global sobre a importância das ações para prevenir sua extinção", afirmou.
Campanha pelo Dia Mundial do Albatroz
Os esforços para a divulgação da data ao redor do mundo começaram logo após a 11ª Reunião do Comitê Assessor do ACAP em Florianópolis, em maio do ano passado, e tiveram a participação do Projeto Albatroz. Foram criadas peças de comunicação para a campanha, assim como vídeos, artes e também faixas comemorativas que aparecem em fotos de equipes conservacionistas em diversas partes do mundo - no Brasil, integrantes do Projeto Albatroz participaram da ação em diversas regiões.
Para trazer o grande público para mais perto das aves e da conservação marinha, o ACAP criou uma seção especial em seu website com informações sobre o Dia Mundial do Albatroz, com informações sobre as aves, vídeos, livros, atividades educativas, peças de arte inspiradas nas espécies de albatrozes e muito mais. Você pode conferir o conteúdo neste link.
"O primeiro Dia Mundial do Albatroz é lançado em um momento em que o mundo foi virado de cabeça para baixo por uma pandemia global. Espero que esta crise nos lembre do quanto devemos valorizar o ambiente natural do qual somos guardiões", sinaliza a Dr. Christine Bogle, secretária executiva do ACAP. "Parafraseando as palavras de Sir Geoffrey Palmer (ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia) que em maio de 1990 estava falando sobre as baleias, se permitirmos a extinção dos albatrozes, como podemos nos imaginar capazes de resolver os muitos outros problemas ambientais que o mundo enfrenta?".
Sobre o ACAP
O Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP) reúne 13 países cujos mares territoriais são utilizados por albatrozes e petréis para a alimentação, migração ou reprodução, principalmente na porção meridional do planeta. Atualmente, também são signatários do acordo: Argentina, Austrália, África do Sul, Chile, Espanha, Equador, França, Nova Zelândia, Noruega, Peru, Reino Unido e Uruguai.
O ACAP tem o intuito de coordenar os esforços dos países envolvidos e estabelecer metas para a conservação destas aves. Em 2008, o Governo Federal ratificou a adesão do Brasil ao acordo. A entrada do país no ACAP é estratégica devido à alta incidência de capturas em nosso mar territorial. Estima-se que até 4 mil albatrozes e petréis morram incidentalmente todos os anos fisgadas pelos anzóis das pescarias de espinhel no Brasil.
O acordo estabelece diretrizes multilaterais para proteger estas aves ao redor do mundo. Em linhas gerais, ele propõe a troca de dados e resultados de pesquisas sobre a ocorrência de albatrozes e petréis nos países participantes, a criação de planos de ajuda mútua entre as nações, além de recomendar práticas e usos de medidas que visem diminuir a captura incidental de aves marinhas.
Saiba mais sobre o ACAP no site: https://acap.aq/
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