Edição da Albatalks discute o papel da ciência da conservação de albatrozes e petréis
No Dia Mundial da Ciência, equipe técnica do Projeto Albatroz abordou as principais ações que permitem o aprimoramento das estratégias de conservação de aves marinhas oceânicas
A pesquisa científica tem um papel essencial no progresso de áreas como a saúde, a tecnologia e também a conservação ambiental. Comemorado em 24 de novembro, o Dia Mundial da Ciência foi escolhido pelo Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, para uma edição especial da Albatalks com o objetivo de discutir um tema relevante para profissionais e estudantes das áreas ambientais: o papel da ciência na conservação de albatrozes e petréis. A transmissão ao vivo está disponível na íntegra no canal do YouTube.
Capitaneada pelo gerente de pesquisa científica da instituição, Caio Marques, a Albatalks também contou com a participação dos seguintes convidados: Augusto Silva Costa, consultor técnico da base de Itajaí (SC); Alice Pereira, consultora responsável pelo Banco Nacional de Amostras de Albatroz e Petréis (BAAP); e o consultor técnico da base de Rio Grande (RS), Gabriel Canani Sampaio.
A equipe técnica apresentou as principais ações realizadas pelo Projeto Albatroz para promoção de pesquisas científicas, a relevância do BAAP para o intercâmbio de dados para estudos sobre aves marinhas. Também foram discutidos os papéis dos acordos nacionais e internacionais de conservação, instâncias máximas de discussão e planejamento de ações para conservação que colaboram de forma sinergética com as instituições tomadoras de decisões sobre estratégias de conservação.
Embarques e monitoramento
Desde o início da história do Projeto Albatroz, a construção de um relacionamento de confiança e amizade entre pesquisadores e pescadores permite que os cientistas tenham acesso a dados sobre captura incidental e ocorrência de espécies de albatrozes e petréis na costa brasileira, imprescindíveis para entender os impactos da interação com a pesca e o desenvolvimento de medidas de mitigação.
Caio Marques, Augusto Silva Costa e Gabriel Canani explicaram na transmissão ao vivo a importância destes dados reportados de forma voluntária pelos pescadores e a oportunidade de embarcar com eles em cruzeiros de pesca para observar e identificar aves em alto-mar. Eles já foram membros do programa Albatross Task Force, uma força-tarefa global de observadores/instrutores de bordo da Birdlife International, com o objetivo de coletar dados sobre espécies de albatrozes e petréis e desenvolver pesquisas para aprimoramento das medidas mitigadoras da captura de aves.
Estes dados e pesquisas, por sua vez, embasam a tomada de decisões de órgãos e acordos nacionais e internacionais, responsáveis pela estratégia de conservação deste grupo de aves, considerado o mais ameaçado do planeta.
Acordos nacionais e internacionais
Entre os diversos acordos que visam a proteção de espécies de albatrozes e petréis, os pesquisadores ressaltaram a importância de dois: o Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP) e o Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP).
O primeiro deles contempla sete espécies de albatrozes e petréis ameaçadas de extinção segundo a Portaria MMA nº 444/2014, além de outras cinco contempladas no Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis, da Convenção sobre Espécies Migratórias - ACAP/CMS. O Projeto Albatroz e o ICMBio fazem a gestão compartilhada do PLANACAP, coordenando ações e pesquisas que representam as ações brasileiras no ACAP, do qual o Brasil é signatário ao lado de outros 13 países.
De forma integrada, as pesquisas realizadas no Brasil contribuem para o melhor entendimento do panorama da captura incidental e norteiam a tomada de decisões para uma estratégia de conservação global destas espécies.
BAAP e pesquisa científica
Criado em 2018 em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio) e a R3 Animal, o Banco Nacional de Amostras de Albatrozes e Petréis integra coleções de materiais biológicos de aves marinhas de mais de dez instituições, com o objetivo de fomentar a pesquisa científica sobre albatrozes e petréis para pesquisadores do Brasil e do exterior. Previsto nas ações do PLANACAP, ele reúne mais de 6300 amostras de 38 espécies diferentes de albatrozes e petréis, desde tecidos e penas, até amostras patológicas, sanguíneas etc.
Responsável pelo BAAP, a consultora técnica da base de Florianópolis, Alice Pereira, explicou a relevância das amostras padronizadas e catalogadas neste banco para facilitar o acesso à dados para pesquisas dos mais diversos níveis. Com mais pesquisas sobre albatrozes e petréis, é possível contribuir com informações valiosas para a criação de estratégias de conservação locais e globais. Para consultar o acervo do BAAP e solicitar amostras, basta acessar www.baap.org.br
Albatalks
As Albatalks são transmissões ao vivo no canal do YouTube do Projeto Albatroz, criadas para aproximar o público dos temas relacionados à conservação marinha e meio ambiente. A série de lives foi criada durante a pandemia do coronavírus para estimular a discussão sobre temas técnicos, como a ingestão de microplásticos por aves marinhas, reabilitação de albatrozes e petréis, captura incidental pela pesca e também comemorações, como o Dia Mundial do Albatroz. Mais recentemente, as Albatalks passaram também a discutir temas relativos à educação ambiental e à comunicação.
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