Projeto Albatroz tem nova linha de atuação
Em abril, o Projeto Albatroz começa a desenvolver uma nova linha de atuação: a de Medicina da Conservação, que propõe implantar frente de pesquisa para nortear estratégias de conservação de albatrozes e petréis nessa área.
À frente desse trabalho, estará a médica veterinária Juliana Yuri Saviolli, formada pela Universidade Metodista de São Paulo e mestre pela Universidade de São Paulo (USP). Ela já vem trabalhando com medicina e conservação de aves marinhas insulares no litoral de São Paulo, mais especificamente no monitoramento de colônias reprodutivas. Também participa de processos de estabilização, reabilitação e de pesquisa de enfermidades com Pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), além de ter atuado no processo de revisão do Plano Nacional de Ação de Conservação de Albatrozes e Petréis (Planacap).
As ações da nova área da organização têm, entre seus objetivos, a formação de parcerias institucionais, a fim de ativar uma rede de colaboração com centros de pesquisa e de reabilitação que recebam as aves debilitadas. Esse trabalho ainda envolverá a criação de protocolos de coleta e de processamento de materiais biológicos, o encaminhamento das aves para os cuidados necessários e a elaboração de projetos de monitoramento de aves marinhas. “Sabe-se que há uma grande demanda de trabalho quando albatrozes e petréis são encontrados vivos ou mortos, encalhados em praias, e das diversas solicitações recebidas pelo Projeto Albatroz para o seu tratamento”, comenta Juliana. “Assim, uma das propostas desse novo trabalho é estabelecer canais efetivos de encaminhamento desses animais”.
A veterinária já havia trabalhado com o Projeto em algumas ocasiões quando, a convite de Tatiana Neves, coordenadora geral da organização, auxiliou em processos relacionados à necropsia e coletas de material biológico de aves trazidas de embarques pesqueiros. “Desde então, a proposta de trabalho para o Projeto na área de medicina da conservação vem sendo amadurecida”, conta.
Medicina da Conservação. Trata-se de uma nova ciência, que já começa a ser implantada em algumas instituições de pesquisa e conservação do meio ambiente, a exemplo de Instituto Tríade, Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ e Wildlife Conservation Society (WCS), entre outras. Seu objetivo é promover a saúde ecológica na natureza e na sociedade, por meio da conciliação dos cuidados da saúde humana, animal e ambiental. “A quebra do equilíbrio ecológico causada por doenças, fator importante para a sobrevivência das espécies, está relacionada aos impactos humanos na natureza”, explica Juliana. “Portanto, é o estudo que engloba possíveis doenças infecciosas emergentes que possam representar algum tipo de ameaça à diversidade biológica”.
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