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Projeto Albatroz realiza rodas de conversa com pescadores artesanais e catadores de caranguejo do Rio São João

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Encontros aproximaram a instituição das lideranças pesqueiras locais e também dos integrante do Projeto Guaiamum

O Rio São João é uma das principais estrelas da beleza natural da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Sua principal nascente fica no município de Cachoeiras de Macacu e deságua no mar entre os municípios de Cabo Frio e de Casimiro de Abreu, onde o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, realiza o trabalho de monitoramento portuário e educação ambiental com os pescadores da região.Em março, a equipe técnica da instituição realizou dois encontros com lideranças pesqueiras e catadores de caranguejo para discutir questões de ordenamento de pesca sustentável, conservação marinha e trocas de conhecimento cultural e acadêmico.

Uma das rodas de conversa aconteceu na primeira quinzena do mês em formato híbrido, com presença online e também nas dependências do auditório da Universidade Veiga de Almeida (UVA). Mais de 20 pessoas participaram do encontro, entre secretários municipais, acadêmicos, representantes de iniciativas de meio ambiente na Região dos Lagos e pescadores artesanais da Câmara Técnica de Pesca e Aquicultura do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ).

Na pauta da reunião foram discutidos assuntos como: apresentação do Projeto Albatroz e o trabalho de monitoramento de cais realizado na cidade; Instrução Normativa Interministerial do MPAMMA nº 022013, que trata do ordenamento da pesca sustentável do camarão na Lagoa de Araruama; ordenamento das artes de pesca de barragem na lagoa; e também a pesca de cerco e de ganchos de camarão realizada na região.

Os representantes do Projeto Albatroz explicaram o leque de trabalho da instituição, a realização de pesquisas científicas em parceria com pescadores no monitoramento de cais, a problemática da captura incidental de aves pela pesca e as medidas mitigadoras para minimizar seus efeitos. Francisco Guimarães, coordenador da Câmara Técnica de Pesca e Aquicultura do CBHLSJ, discutiu o período de defeso para a pesca do camarão na Lagoa de Araruama com base em estudos desenvolvidos pelo próprio CBHLSJ e o Governo Federal. Foi acordado que seria aguardada a publicação de um novo período de defesa para a espécie no Diário Oficial da União.

Além disso, também foram abordadas questões relacionadas à complexidade das estratégias utilizadas para promover a pesca sustentável na lagoa, os ordenamentos jurídicos para garantir essa atividade, bem como a importância do saber popular para a construção do ordenamento pesqueiro regional.

O pescador Ely Cardoso fez um breve relato na reunião sobre o programa de Estatística Pesqueira da Lagoa de Araruama, que irá contribuir com a governança da cadeia produtiva pesqueira através da confecção de cenários produtivos por identificação de parâmetros relativos à exploração, padrões, potencialidades e diferentes capacidades de tomada de decisão.

Encontro com catadores de guaiamum

Na segunda quinze do mês, o Projeto Albatroz promoveu um encontro com os catadores de caranguejo-guaiamum (Cardisoma guanhumi), que fazem parte do Projeto Guaiamum – Bioecologia e Etnoconhecimento para a Conservação, que tem a meta de fortalecer, com base no diálogo entre os conhecimentos tradicional e acadêmico, o Plano de Gestão Local (PGL) da pesca artesanal do caranguejo-guaiamum no estuário da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado.

Este projeto quer gerar dados que fortaleçam o Plano de Gestão Local do caranguejo-guaiamum na APA da bacia do rio São João/Mico Leão Dourado, favorecendo a proteção e o manejo da espécie, atuando no monitoramento ambiental e promovendo o diálogo entre os conhecimentos tradicional e acadêmico, propondo possíveis adequações de forma a tornar legalizada e sustentável a atividade dos catadores que já atuam na área. 

Alceir Cruz, presidente da Associação de Catadores, afirmou que a roda de conversa teve como como objetivo aproximar a governança sobre as culturas territoriais e ambientes considerando as dimensões materiais e simbólicas da população local, as técnicas de captura, pesca e a capacidade de gestão eficaz do ambiente de manguezal em que estão inseridas.

Eduardo Pimenta, representante do Projeto Albatroz em Cabo Frio, falou aos catadores sobre a atuação do Projeto Albatroz na região, desde o trabalho de monitoramento de cais, até a construção do Centro Albatroz e suas atividades de educação ambiental para a comunidade.

Projeto Albatroz em Cabo Frio (RJ)

O Projeto Albatroz nasceu em Santos (SP) e desde 1990 trabalha pela conservação das espécies de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. Desde 2014, o Projeto mantém uma base avançada de pesquisa na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no campus de Cabo Frio (RJ), que nos possibilitou ampliar as pesquisas no Porto de Cabo Frio, rota de diversas embarcações de pesca de espinhel com a qual albatrozes e petréis interagem e pela qual são capturados. 

Atualmente, o Projeto Albatroz mantém bases de atuação em seis estados brasileiros.

 

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