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Projeto Albatroz inaugura base de trabalho em Natal (RN) para testar ferramentas de monitoramento pesqueiro

Equipamentos vão monitorar o uso de medidas para diminuir a captura incidental de animais marinhos em parceria com pescadores.

Com bases distribuídas por cinco estados, visando a conservação de aves marinhas que interagem com a pesca brasileira, o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, inaugurou no último sábado (17), sua primeira base avançada de trabalho no Nordeste. O escritório está na sede da empresa Atuneira Nacional, com a qual a instituição firmou um termo de cooperação técnica. O objetivo da base é desenvolver e testar ferramentas para o monitoramento por câmeras e o rastreamento via satélite das embarcações de pesca para verificar o uso de medidas mitigadoras da captura de aves marinhas. 

Estima-se que 40 mil aves morram todos os anos ao redor do mundo devido à interação com a pesca de espinhel, que visa principalmente os peixes de águas profundas, com alto valor comercial, como é o caso dos atuns e espadartes. Ainda na superfície, ao tentarem se alimentar dos moluscos utilizados como isca nesta modalidade pesqueira industrial, os albatrozes são capturados incidentalmente e podem morrer afogados.

Para proteger as aves desta captura não intencional, uma vez que ela diminui a produtividade pesqueira ao fisgar uma ave no lugar do peixe, o Projeto Albatroz participou da criação de medidas mitigadoras simples como a largada noturna das iscas, o uso do peso localizado próximo ao anzol e o toriline - um poste com fitas coloridas que se agitam com o vento e espantam as aves. O uso dessas medidas mitigadoras pelos barcos pesqueiros que operam nas regiões sul e sudeste obteve status de lei por meio da publicação da Instrução Normativa Interministerial (INI) nº7/2014, pelos Ministérios da Pesca e Meio Ambiente.

Albatrozes na região Nordeste

Albatrozes são aves subantárticas, que se reproduzem em ilhas remotas no Hemisfério Sul, mas migram todos os anos durante o inverno para se alimentar na costa brasileira. Essas aves se distribuem com mais frequência nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, porém o Nordeste faz parte da rota migratória de diversas espécies de petréis que também ocorrem na costa norte-americana, o que torna possível sua captura incidental pela pesca.

Vale lembrar que a região Nordeste não é uma área prioritária de conservação de albatrozes e petréis, por isso, suas embarcações não estão sujeitas à normativa. Por isso mesmo é possível realizar testes comparativos utilizando-se ferramentas de controle com e sem o uso das medidas de mitigação, como o toriline e largada noturna, sem que as aves corram o risco de serem capturadas. Espera-se que com o desenvolvimento e teste das ferramentas de monitoramento em parceria com a frota atuneira de Natal, seja possível expandir sua utilização, num futuro próximo, para outros pontos. 

“Conservar os albatrozes é uma relação ganha-ganha. Usar medidas simples que podem minimizar a captura das aves ajuda os pescadores a manter a produtividade da pesca ao mesmo tempo em que contribui para a sobrevivência destes animais tão ameaçados”, explica Tatiana Neves, fundadora e coordenadora geral do Projeto Albatroz. 

Albatrozes e tartarugas marinhas

A coordenação da base avançada em Natal é da bióloga e pesquisadora especializada em meio ambiente Janaína Machado, que acumula diversas experiências em educação ambiental e políticas públicas no Nordeste. Além das medidas mitigadoras da captura incidental de albatrozes e petréis, ela também vai orientar os pescadores da região sobre como proteger e manejar corretamente as tartarugas marinhas, presentes no litoral do estado.

Para isso, o Projeto Albatroz contou com a capacitação da Fundação Projeto Tamar para o uso da ferramenta ‘de-hooker’, que facilita a liberação dos anzóis das tartarugas marinhas na água e também capturadas a bordo dos barcos. O ‘de-hooker’ permite uma soltura mais rápida e descomplicada das tartarugas durante o recolhimento dos anzóis. 

Para dar início ao trabalho com os pescadores de Natal, a Fundação Projeto Tamar disponibilizou três equipamentos 'de-hooker' ao Projeto Albatroz: dois com ganchos curtos, para liberação dos animais a bordo, e um gancho com extensor, para liberação na água. 

Sobre a Rede Biomar

A Rede Biomar foi criada em 2006 e conta com projetos patrocinados pela Petrobras que trabalham com pesquisas científicas, políticas públicas e ações em educação ambiental para conservar, juntos, mais de 60 espécies marinhas ameaçadas de extinção no Brasil.

A Rede Biomar é formada por seis projetos que atuam em águas brasileiras: Projeto Albatroz, Projeto Baleia Jubarte, Projeto Coral Vivo, Projeto Golfinho Rotador, Projeto Meros do Brasil e Projeto Tamar.

 

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