Pinguins-de-Magalhães resgatados pelo Instituto Albatroz | Projeto Albatroz
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Pinguins-de-Magalhães resgatados pelo Instituto Albatroz ganham nova casa no Aquário de São Paulo

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Pretinho e Piratinha, resgatados e reabilitados pelo PMP-BC/ES no ano passado não estão aptos para voltarem ao mar e receberão cuidados dedicados de veterinários

A equipe do Instituto Albatroz, que executa o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BC/ES) na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, desembarcou no início de setembro no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com dois novos moradores do Aquário de São Paulo. Os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) “Pretinho” e “Piratinha” foram entregues à instituição após um ano de tratamentos intensivos no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) do Instituto Albatroz, em Araruama (RJ). Apesar de melhoras expressivas no quadro desses pacientes, eles não conseguiriam sobreviver no oceano, e  passarão a receber cuidados dedicados da equipe de veterinários da capital paulista.

A história de “Pretinho” e “Piratinha” começou no final da temporada de pinguins de 2024, quando foram resgatados em Arraial do Cabo e Cabo Frio, respectivamente. A dupla estava debilitada, desidratada e abaixo do peso, como tantos jovens pinguins que, vindos da Patagônia, tentam vencer as correntes em busca de alimento em águas mais quentes e acabam encalhando nas areias das praias do litoral brasileiro. 
 
Além de debilitados, ambos apresentavam complicações graves: “Piratinha” tinha lesões profundas nos olhos e no tórax, decorrentes de um ferimento causado por uma hélice de embarcação. Já ”Pretinho” apresentava uma alteração óssea na região lombar que comprometeu sua postura. De acordo com Daphne Goldberg, médica veterinária do Instituto Albatroz, a decisão de encaminhar os animais ao Aquário de São Paulo se deu pela necessidade de cuidados permanentes de seus quadros de saúde.

“No caso do “Pretinho”, a manutenção de seus tratamentos integrativos é crucial para garantir o bem-estar em longo prazo. Já “Piratinha”, apesar das lesões cicatrizadas, perdeu a visão de um dos olhos e parte da nadadeira, diminuindo significativamente as probabilidades de sobrevivência em seu habitat natural”, explica Daphne.

No Aquário de São Paulo, eles passaram pelo processo de ambientação e reconhecimento do novo tanque onde estarão diariamente com outros pinguins sob cuidados da equipe veterinária coordenada pela médica veterinária Laura Chrispim Reisfeld, que afirmou estar muito feliz pela confiança do Instituto Albatroz no trabalho do Aquário de São Paulo. “Queremos continuar oferecendo todo o manejo, o carinho e os cuidados que eles recebiam no CRD. A gente sempre torce para que o processo de reabilitação seja um sucesso e que os animais voltem à natureza, mas ficamos felizes em saber que podemos acolhê-los quando isso não é mais possível”.

“Pretinho”: um caso de sucesso de terapias integrativas
Desde que chegou ao CRD, a equipe percebeu uma alteração na região lombar de “Pretinho” (seu apelido vem da cor de sua anilha de identificação, na cor preta). Iniciou-se, então, uma jornada intensa de investigação: radiografias, exames de sangue, tomografia e, enfim, o diagnóstico de discoespondilite com osteólise severa, um quadro bacteriano que provocou perda óssea - felizmente, sem atingir a medula espinhal.

O caso era complexo, com dor crônica e limitação de movimentos. “Entendemos que só o tratamento convencional não seria suficiente. Foi então que iniciamos as terapias integrativas: laser, acupuntura, eletroacupuntura, moxabustão, terapia neural e o uso do óleo de cannabis. Nosso objetivo era aliviar a dor sem sobrecarregar órgãos como fígado e rins com medicamentos de uso prolongado”, comenta a médica veterinária.

A resposta foi surpreendente: “Pretinho” passou a ficar de pé, caminhar, nadar e interagir na piscina com outros pinguins. O plano terapêutico continua com sessões semanais, em um ambiente calmo — inclusive com musicoterapia, contando com trilha sonora da cantora Enya — e seguirá semanalmente, com ajustes conforme a resposta clínica, no Aquário de São Paulo.

“Esta abordagem multifacetada não só reforça a dedicação do Instituto Albatroz ao bem-estar de cada animal resgatado, mas também destaca o compromisso da instituição com as práticas de tratamento mais inovadoras e respeitosas, que reduzem significativamente a necessidade de medicamentos alopáticos, como anti-inflamatórios e analgésicos. “Pretinho” é um exemplo claro de como o olhar holístico pode transformar vidas. Não se trata só de curar uma infecção, mas de devolver ao animal a qualidade de vida”, comemora a médica veterinária.

A saga pela recuperação de “Piratinha”
O apelido escolhido pela equipe do Instituto Albatroz veio do corte profundo no olho esquerdo, que acometeu pele, musculatura, osso e córnea. Além disso, “Piratinha” apresentava ainda cortes na axila esquerda e na cauda, ferimentos provavelmente causados pela interação com uma hélice de embarcação.

Devido à lesão no olho, o animal passou por consultas oftalmológicas, na tentativa de recuperação dos tecidos afetados e da visão. Apesar da cicatrização completa, perdeu a visão do olho esquerdo. Para as lesões no tórax e na nadadeira, adotaram-se terapias integrativas — como ozonioterapia e laserterapia — associadas a antibióticos; ainda assim, houve necrose e perda parcial da nadadeira.

“Apesar da cicatrização completa das lesões, a ausência de visão em um dos olhos, combinada com a perda de parte da nadadeira do mesmo lado, diminui significativamente as probabilidades de sobrevivência deste pinguim em seu habitat natural. Por isso, agora ele estará aos cuidados da talentosa equipe do Aquário de São Paulo”, finaliza otimista a médica veterinária Daphne Goldberg, após passar aos novos cuidadores todos os detalhes sobre os pinguins.

Projeto de Monitoramento de Praias
O Instituto Albatroz, que conta com um Centro de Visitação em Cabo Frio, executa o Projeto de Monitoramento de Praias das Bacias de Campos e Espírito Santo (PMP-BC/ES) da Petrobras em Cabo Frio, Búzios e parte de Arraial do Cabo, somando 25 praias espalhadas por 54 quilômetros de litoral. O monitoramento é feito diariamente a pé e com o uso de quadriciclos por técnicos e monitores. O telefone de contato para acionamento do PMP-BC/ES na Região dos Lagos é 0800 991 4800.

O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) foi desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural. A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.
 
Sobre o Instituto Albatroz
O Instituto Albatroz é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que desde 2003 trabalha em parceria com o poder público, empresas pesqueiras e pescadores para a conservação de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. O Instituto Albatroz coordena o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, que conta com bases em Santos (SP), Cabo Frio (RJ), Itajaí e Florianópolis (SC) e Rio Grande e Imbé (RS).

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