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Petréis-pequenos oleados são reabilitados por veterinários voluntários na Bahia

Foto Notícias_Puffinus 2

Aves foram vítimas do vazamento de óleo no Nordeste do país e resgatadas por moradores

Em meio ao desastre ambiental que levou toneladas de óleo às águas do Nordeste, iniciativas voluntárias têm se destacado na tentativa de mitigar danos à fauna marinha e ao meio ambiente. Foi dessa forma os veterinários Damiana Pimenta e Rodrigo Grilo, da ONG Coração de Tartaruga, reabilitaram diversos animais, entre eles dois petréis-pequenos (Puffinus puffinus) resgatados próximos da Península de Maraú (BA). O Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, manteve contato com os médicos para acompanhar a previsão de soltura das aves - que fazem parte do grupo dos Procelariiformes, assim como os albatrozes, e estão em período migratório.

O primeiro petrel-pequeno chegou no dia 16 de setembro, encontrado por moradores na Praia do Algodão (BA). Com sinais de oleamento, estava debilitado quando foi entregue aos veterinários, com apenas 170g - cerca de metade do peso da ave adulta saudável. Sua reabilitação consistia na estabilização de sua saúde, ganho de peso e lavagem para retirada do óleo, para que as asas voltassem a ficar leves e impermeáveis. Ele permanece sob cuidados no Centro de Estabilização de Fauna Oleada, mantida pelos biólogos com autorização do IBAMA, até que esteja estável para voltar aos oceanos.

Já a segunda ave, outro Puffinus puffinus adulto, foi resgatado em 4 de novembro, com poucos sinais de óleo, mas incapaz de voar devido ao esgotamento. Com 174g, foi submetido à uma alimentação hipercalórica especial enriquecida com vitaminas, recuperando rapidamente seu peso ideal. Além disso, foi alimentado com peixes vivos, mantendo ativa sua função de caça. Pronta para voltar aos oceanos, a ave foi devolvida à natureza no último dia 6.

Plumagem oleada

De acordo com a médica veterinária Damiana Pimenta, que tem experiência em fauna silvestre, a presença de petróleo nas penas das aves faz com que elas percam sua impermeabilização. “Quando o óleo entra em contato com as penas do petrel, elas ficam permeáveis. Começam a ficar encharcadas e a ave, debilitada, não consegue mais mergulhar para se alimentar nem regular sua temperatura corporal”, explica. “Se essas condições forem mantidas por muito tempo, ela pode morrer”.

Sendo assim, quando o estado de saúde da ave é normalizado, é preciso retirar o excesso de óleo e fazer a despetrolização para limpar a ave por completo. Esse procedimento consiste na lavagem com água a 42ºC e detergente neutro a uma pressão adequada. A veterinária sinaliza que a despetrolização deve ter duração máxima de 1h30 para evitar o óbito por estresse.

Plano de Proteção da Fauna no Baixo Sul do estado da Bahia

Com o desastre que atinge o litoral nordestino desde o último mês de agosto, observou-se a necessidade de criar o Plano de Proteção da Fauna no Baixo Sul do estado da Bahia, uma das principais regiões afetadas pelo vazamento de óleo, de origem ainda desconhecida, 9.

Esse plano conta com os esforços de diversas instituições da região, que disponibilizaram seus recursos voluntariamente de forma a atender todos os procedimentos necessários para uma resposta efetiva frente à emergência ambiental em questão - como é o caso dos veterinários Damiana Pimenta e Rodrigo Grilo.

Segundo a bióloga Flávia Miranda, que está a frente do manejo e pesquisa deste plano, o objetivo do grupo é monitorar as regiões afetadas; capturar animais vivos oleados, ou aqueles que se encontram em risco de contaminação; coletar animais mortos oleados, ou preventivamente, carcaças que apresentem risco potencial de contaminação secundária; estabilizar, descontaminar e reabilitar os animais vivos, mantendo como objetivo principal a liberação dos mesmos em seu habitat, necropsiar as carcaças coletadas, e aqueles animais que forem a óbito durante os esforços de reabilitação, investigando a causa mortis e sua relação com o vazamento de óleo e disponibilizar tais amostras biológicas para perícia realizada pela Polícia Federal, sempre que solicitado.

Além disso, também, faz parte do trabalho do grupo disponibilizar as informações aos Órgãos Ambientais, incluindo fichas clínicas, laudos e fotodocumentação dos animais, executar todas as atividades conforme orientações disponibilizadas pelo IBAMA, e em conformidade com a legislação pertinente e executar todas as atividades prezando pela segurança humana e o bem-estar dos animais.


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