Pela conservação marinha, III Encontro Nacional Jovem Mar reuniu coletivos da Rede Biomar em Bertioga
Troca de conhecimentos, integração e políticas públicas deram o tom do evento cuja programação foi definida, pela primeira vez, pelos próprios participantes.
Mais de 50 jovens ligados aos projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Tamar, patrocinados pela Petrobras e integrantes da Rede Biomar, tiveram três dias repletos de atividades em prol da vida nos oceanos. O III Encontro Nacional Jovem Mar envolveu coletivos de várias regiões do país com uma proposta principal: construir o pensamento crítico e formar jovens para atuarem ativamente na conservação marinha.
Entre as atividades, os jovens participantes puderam conhecer como funciona a Reserva Natural do Sesc Bertioga, em uma saída de campo liderada pela equipe do Sesc, apoiadora do evento. Além disso, a programação contou com troca cultural, luau, dinâmicas e atividades que colocaram em foco o trabalho desenvolvido por cada um dos coletivos da Rede Biomar.
O objetivo era debater formas de trabalhar em conjunto e potencializar as habilidades dos grupos para propor, planejar e executar ações socioambientais para conservar os ambientes costeiros e marinhos de todo o país - habitat natural das espécies protegidas pelos projetos. Tudo isso, sem deixar de lado o fortalecimento da Rede Jovem Mar com a união, acolhimento e laços de confiança entre os jovens.
Para a assistente de educação do Projeto Baleia Jubarte, Amanda Macedo, ligada ao Coletivo Jovens Monitores, o encontro foi importante para a troca de conhecimento e a construção de um pensamento mais crítico. “As dinâmicas e os debates desenvolvidos focaram em como podemos trabalhar juntos de uma forma cada vez mais abrangente”, explica.
A autonomia dos jovens em suas ações pelo meio ambiente também foi pauta de discussão do encontro. Na atividade ‘Laboratório de ideias’, por exemplo, eles puderam planejar ações que devem ser colocadas em prática de forma conjunta até o próximo evento. De acordo com Davi Akim, do Coletivo Jovem Costa do Descobrimento, ligado ao Projeto Coral Vivo, eles puderam aprender novas estratégias de busca por apoio financeiro, tão importantes para a manutenção de ações ambientais.
“As visões e estratégias compartilhadas no encontro serviram para nos empoderar tanto no nível pessoal quanto no coletivo”, conta. “Sem dúvidas, nós saímos do evento mais aptos para desenvolver ações com menos falhas”.
Na opinião de Isadora Barbosa, integrante do Coletivo Jovem Albatroz há um ano, estar pela primeira vez em um evento da rede trouxe experiências enriquecedoras para além da realidade em que vive. “O evento permitiu nossa maior proximidade com a realidade destes jovens e socializar formas de encarar esses desafios, mesmo que em locais tão distintos”.
Programação colaborativa
Um dos pontos mais positivos da terceira edição do Encontro Jovem Mar foi a iniciativa inédita de construção colaborativa da programação do evento. Pela primeira vez, os jovens dos coletivos participantes puderam enviar propostas de atividades, oficinas e debates que gostariam de colocar em prática. E os integrantes do Coletivo Jovem Albatroz, como anfitriões do evento, tiveram a oportunidade de planejar toda a agenda, logística e mediação do encontro.
“Organizar um evento deste tamanho, para tanta gente e com tamanha autonomia nas decisões foi trabalhoso e por muitas vezes cansativo, mas foi muito importante para que colocássemos nossa visão crítica em prática, questão muito trabalhada em nosso coletivo”, afirma Isadora. “A experiência neste tipo de evento só se adquire com a prática, e para muitos de nós essa foi a primeira oportunidade. Mergulhar neste desafio nos trouxe mais confiança e conhecimento, mais voz para tomar decisões e, inclusive, nos fortaleceu muito como grupo e também o nosso vínculo com o Projeto Albatroz, ao ver a confiança que nos depositaram”.
Para Akim, do Coletivo Jovem Costa do Descobrimento, ter recebido o convite para contribuir para o evento fortaleceu ainda mais o sentimento de coletividade proposto pelo encontro.
Estreitamento de laços
O III Encontro Jovem Mar também foi enriquecedor para os coordenadores dos projetos da rede. Um dos principais pontos trabalhados por eles foi o protagonismo dos jovens dentro das ações propostas pelos coletivos, em que os coordenadores exercem as funções de facilitadores e apoiadores das atividades. Segundo a coordenadora de educação ambiental do Projeto Albatroz, Cynthia Ranieri, estar junto dos demais educadores amplia as visões e ajuda a avaliar a rede como um todo.
“Em momentos como esse, conseguimos analisar o contexto geral da educação ambiental da rede com mais propriedade, pensar em conjunto sobre os melhores caminhos para alcançarmos nossos objetivos e também avaliar nossas dificuldades para melhorar cada vez mais as próximas edições do encontro”, diz. “Esse estreitamento de laços nos encontros presenciais fortalece toda a Rede Biomar, porque os momentos de troca de ideias, planejamento e integração facilitam nosso trabalho à distância, assim como o dos jovens participantes do evento”.
A quarta edição do Encontro Nacional Jovem Mar será liderada pelos coletivos dos projetos Tamar e Baleia Jubarte e acontecerá no ano que vem na Praia do Forte (BA).
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