Mesa redonda celebra os 25 anos do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos
Encontro relembrou as etapas da criação da unidade de conservação e traçou perspectivas para o futuro do Parque
Composto por costões rochosos e diversas formações coralíneas que proporcionam um ambiente propício à concentração de peixes e aves marinhas, com grande diversidade biológica, o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos foi criado em 1993 pela iniciativa do Instituto Federal da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Porém, antes disso, o local já era objeto de estudo e fascínio de estudantes de Biologia, entre eles Tatiana Neves, primeira gestora do parque e coordenadora geral do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras.
No último dia 27, data em que o Parque completava seu 25º aniversário, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Instituto Florestal do Estado de São Paulo organizaram um evento em homenagem ao parque no Campus Baixada Santista. Participaram da solenidade: Tatiana Neves (Projeto Albatroz), Ana Paula Balboni Coelho e Leo Francini (Instituto Laje Viva), Fausto Pires de Campos (Instituto Florestal), Mabel Augustowski (Techion), Rodrigo Leão de Moura (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Fábio Motta (Unifesp).
O objetivo do encontro era dividir com a sociedade o contexto da criação do Parque, única Unidade de Conservação marinha do estado, sua importância para a região e seu modelo de gestão. O público da palestra era formado majoritariamente, por estudantes da área biológica e interessados na temática ambiental.
Para o atual gestor do parque, José Edmilson de Araújo Mello Junior, compartilhar a experiência com os jovens é importante para empoderá-los sobre a criação de áreas de conservação. “Reunimos essa galera toda para mostrar aos jovens que a criação do Parque da Laje de Santos surgiu da iniciativa de jovens universitários e hoje, independentemente do projeto ou órgão em que trabalham, todos voltam a falar do local como referência de sua vida profissional, como se ela fosse nossa menina dos olhos”, afirmou.
Primeiros passos
Além de primeira gestora do parque, Tatiana Neves fez parte do grupo que deu os primeiros passos para a criação do parque. Tudo começou com a reunião de um grupo de estudantes de Biologia da Universidade Católica de Santos (UniSantos) para a realização de um trabalho acadêmico sobre a Laje de Santos, liderados pelo colega Rodrigo Leão de Moura, também presente no encontro.
“Na época, cada um de nós ficou responsável pelo levantamento de informações sobre os diferentes grupos animais. Eu, no caso, escolhi fazer um estudo sobre as aves marinhas. Hoje eu sou coordenadora-geral do Projeto Albatroz talvez por causa desse momento”, reflete.
Em seguida, já formada, Tatiana trabalhou como assessora do Diretor de Reservas e Parques Estaduais do Instituto Florestal na época, Dr. Joaquim de Brito, função que permitiu que apresentasse as belezas e singularidades biológicas da Laje de Santos. “Falei para ele 'lá tem a raia manta, um animal de 5m de envergadura'. E ele respondeu: 'como assim tem um lugar em São Paulo que tem um animal desses e não é parque?'”, recorda. “Assim nasceu o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos”. Um estudo amplo feito pela equipe do Instituto Florestal que incluía a coordenadora geral do Projeto Albatroz, na época, detalhou todo o processo de criação do parque e tornou-se uma referência para as novas Unidades de Conservação.
Futuro e principais desafios
Segundo o atual gestor do local, uma pergunta que norteou a mesa redonda tratou das perspectivas de futuro do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos. Mello Júnior explica que a principal delas é trazer a população para mais perto da Unidade de Conservação e sensibilizá-la sobre a importância de proteger o Parque.
“Quem conhece, cuida,e preserva. Nós temos que empoderar a sociedade, mostrando que o Parque da Laje de Santos pertence a ela. Assim todos vão zelar por sua conservação”.
O principal desafio da gestão do Parque, ainda segundo Mello Júnior, é torná-lo mais acessível às pessoas. Localizado a 40 km da costa de Santos, seu acesso é feito por empresas de turismo, que permitem aos visitantes conhecer o local de forma segura - tanto para os visitantes quanto para o meio ambiente.
Entre os riscos à preservação da Laje, há a pesca esportiva e a visitação irregular. Seus 5 mil hectares envolvem grande riqueza biológica, com alta concentração de peixes, recifes, mantas e outros mamíferos, além de aves oceânicas como albatrozes e petréis.
O encontro também contou com a palestra ‘Planejamento Ambiental para o Mergulho Sustentável em UC’, ministrada pela PhD Mabel Augustowski, da Technion, Instituto de Tecnologia de Israel. A profissional que também já foi gestora do Parque, comparou, em sua apresentação e tese de mestrado, a estruturação das unidades de conservação da Laje de Santos (Brasil) e Eilat (Israel).
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