IV Workshop de Comunicação Ambiental da Rede Biomar promove discussão sobre pautas ambientais na mídia
No último sábado (11), 160 pessoas, entre jornalistas, biólogos e outros interessados na conservação marinha se reuniram no Consistório da Universidade Santa Cecília (Unisanta), em Santos (SP) para a quarta edição do Workshop de Comunicação Ambiental da Rede Biomar - formada por cinco projetos de conservação marinha patrocinados pela Petrobras: Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Tamar.
O evento trouxe duas mesas de discussão cujos debates permeavam assuntos da relação da grande imprensa com pautas de biologia marinha, compreensão de temas científicos por jornalistas, além de, pela primeira vez, promover um bate-papo sobre o potencial do uso de redes sociais para comunicar esses temas.
Na primeira delas, intitulada "Conservação Marinha em Pauta”, a coordenadora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, se juntou à assessora de comunicação do Projeto Tamar, Bia Ribas, e o jornalista e editor-executivo do portal Envolverde, Dal Marcondes, para uma conversa sobre o relacionamento entre jornalistas e cientistas. A palestra de Tatiana sobre a biologia dos albatrozes comoveu o público com os desafios de sua conservação, as ameaças pela pesca e a beleza de sua reprodução.
Entre relatos bem humorados, o jornalista que também é presidente da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental chamou atenção para os erros cometidos na imprensa quando há dificuldade na interpretação de estudos científicos. Neste sentido, Marcondes e Tatiana Neves concordaram que é necessário haver um estreitamento nas relações dos dois profissionais, para que ‘falem a mesma língua’.
A também jornalista Bia Ribas destacou que é papel fundamental do assessor de comunicação fazer essa ponte e ajudar o jornalista a entender a mensagem para transmiti-la corretamente nas mais diversas editorias, desde meio ambiente até economia, turismo e educação.
Em um momento de crise econômica e enxugamento das redações, Dal Marcondes ressaltou a importância do empreendedorismo na profissão, reforçando que o jornalista deve se enxergar como um profissional liberal e não apenas como um funcionário de grandes jornais.
Redes sociais em foco
Após o coffee break, o público foi envolvido na dinâmica do uso das diversas redes sociais para a divulgação de informações sobre conservação marinha e educação ambiental. Para isso, a segunda mesa contou com a participação da coordenadora de comunicação do Projeto Albatroz, Jéssica Branco, a assessora de comunicação integrada do Projeto Coral Vivo, Mercia Ribeiro, e a biomédica responsável pela fanpage Clube da Biologia, Isabel Di Azevedo.
Mercia mostrou alguns casos de sucesso na fanpage do Coral Vivo, que conta com mais de 277 mil curtidores e uma média alta de engajamento em suas postagens. A jornalista que também é responsável pelas redes sociais do projeto explicou as abordagens que utiliza nas postagens, provocando o público a interagir, boas fotos, vídeos, matérias jornalísticas e curiosidades que ajudam a sensibilizar o público sobre a conservação dos recifes coralíneos.
A coordenadora de comunicação do Projeto Albatroz utilizou uma seleção de postagens da fanpage do Projeto para demonstrar a importância do timing e da precisão dos memes. Segundo ela, eles utilizam o bom humor para aproximar albatrozes e petréis do grande público. Como são aves que passam a maior parte da vida em alto-mar, poucas pessoas os veem, o faz com que os memes tenham o objetivo de aproximá-las. “Dar características mais humanas para os albatrozes e colocá-los em situações cotidianas engaja o público e é impossível não compartilhar fotos dos seus filhotes”, explicou, levando o público a rir, concordando.
Considerado um caso de sucesso nas redes sociais, a fanpage do Clube da Biologia tem quase 260 mil curtidores e altas médias de engajamento e interação do público. Isabel Di Azevedo, biomédica e responsável pela página, explicou aos estudantes que começou a criar conteúdos para a fanpage como um hobby dela e de sua colega bióloga, Roberta Mariano. A palestrante mostrou alguns posts de sucesso da fanpage e explicou como utiliza assuntos encontrados em filmes, séries e outros memes para criar seus próprios posts. Ela também destacou que, apesar de falar a língua de estudantes da área biológica, faz questão de manter a linguagem acessível para que os posts sejam compreendidos por todos os públicos.
As participantes falaram, também, sobre a importância de criar estratégias para manter as boas taxas de engajamento e alcance orgânicos no Facebook, entendendo todas as mudanças de algoritmos feitas pela plataforma. Criar conteúdos capazes de viralização é, com certeza, parte disso.
Balanço
Para a coordenadora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, o evento foi um sucesso de público e conteúdo. Somente a quarta edição do workshop somou um público maior do que os dos anos anteriores. “Eu me surpreendi muito com a repercussão do workshop!”, afirma. “Nós contávamos com uma média de cem pessoas, mas superamos as expectativas” e destaca que o Consistório da Unisanta, que apoiou o evento, quase não suportou a quantidade de público e mais cadeiras tiveram que ser adicionadas para acomodar os participantes.
Na opinião da coordenadora de comunicação do Projeto Albatroz, Jéssica Branco, as discussões foram enriquecedoras para os comunicadores. E espera que o evento tenha engajado os profissionais na temática ambiental. “Graças ao apoio da Unisanta, em especial do coordenador de jornalismo Robson Bastos, tivemos um evento de sucesso. Tenho certeza que inspiramos mais pessoas a espalharem a mensagem da conservação marinha.” completa.
Texto: Mariana Romano
Revisão: Danielle Cameira
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