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Educação ambiental no porto e rodas de conversa envolveram pescadores em atividades do Projeto Albatroz em Cabo Frio (RJ)

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As ações fazem parte do Núcleo Albatroz de Estudos Aplicados e Cultura Oceânica (NuAlba-Oceano)

Banhada por águas frias que recebem a influência do fenômeno de ressurgência, Cabo Frio (RJ) e outras cidades da Região dos Lagos desfrutam de grande variedade de espécies de peixes e artes de pesca. Para estreitar os laços com a comunidade pesqueira local, entender seus métodos de trabalho e envolvê-la nos esforços de conservação marinha, o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, realizou uma série de ações de educação ambiental na cidade como parte das atividades do Núcleo Albatroz de Estudos Aplicados e Cultura Oceânica (NuAlba-Oceano).

O NuAlba-Oceano foi criado pelo Projeto Albatroz em 2020 com o objetivo de integrar a pesquisa científica com os processos educadores, através de ações interdisciplinares, alinhados com as metas da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável a ser implementada de 2021 a 2030, com foco no ODS 14 e correlatos. 

O núcleo visa promover a transformação através da informação e de processos educativos e participativos, incluindo as comunidades que vivem do mar e são afetadas por ele, buscando alcançar os objetivos da Década de se obter para o futuro que desejamos, com um oceano limpo, saudável, resiliente, previsível, seguro, sustentável, produtivo, acessível e valorizado por todos.

Visitas no porto de Cabo Frio

A primeira atividade foi uma visita da equipe técnica do Projeto Albatroz ao porto de Cabo Frio, para conversar com os pescadores dos barcos atracados sobre a conservação das espécies de albatrozes e petréis, grupo considerado um dos mais ameaçados do planeta. Apesar de parecerem abundantes em alto-mar, a maior parte das populações do grupo está em declínio, o que chama atenção para as ações de sensibilização e educação ambiental.

Por este motivo, o Projeto Albatroz apresentou aos pescadores informações sobre a biologia das aves, dando orientações sobre como identificá-las em alto-mar e também manejá-las corretamente em caso de emalhe nos petrechos de pesca. Além disso, aproveitaram a entrada nos barcos para mostrar as medidas que ajudam a mitigar a captura em alto-mar, como: largada noturna, regime de peso, toriline (linha espanta pássaros) e hookpod.

De acordo com Caio Azevedo Marques, gerente de pesquisa científica do Projeto Albatroz, a ideia dessas visitas é sensibilizar e capacitar os pescadores quanto à identificação e conservação de albatrozes e petréis,  ao utilizarem medidas mitigadoras em suas embarcações de forma voluntária. “Nós unimos os esforços da educação ambiental, da pesquisa e das mais diversas ações de conservação dos oceanos que fazemos com eles para informá-los sobre a importância do seu papel como pescador na conservação dessas aves”, explica.

Roda de conversa

No final de janeiro, a equipe técnica do Projeto Albatroz realizou uma roda de conversa com quatro mestres de pesca da frota monitorada pela instituição em Cabo Frio como parte do trabalho de acompanhamento no porto. O intuito do encontro foi compartilhar experiências sobre a interação de aves, suas experiências em alto-mar e petrechos de pesca.

A ação foi conduzida pelo gerente de pesquisa científica do Projeto Albatroz, Caio Azevedo Marques, com a participação da equipe de monitoramento de cais da cidade, formada pelos consultores Eduardo Pimenta e Mariana Dantas. No encontro, realizado na Colônia de Pescadores de Cabo Frio, a equipe apresentou as principais medidas mitigadoras da captura incidental e também noções de identificação e manejo de aves que comumente interagem com suas embarcações.

Os Mestres Lucimar e Elias, das embarcações Josimar IV e Marco I, contaram durante o encontro que já realizavam a largada noturna - que consiste na soltura dos anzóis durante a noite, período em que albatrozes e petréis não costumam se alimentar, pois há maior dificuldade em localizar a presa ou a isca no anzol. Já o mestre Lucimar informou à equipe do Projeto Albatroz que já havia improvisado um Toriline em seu barco e se prontificou a colaborar com o projeto utilizando esta medida simples e eficaz contra a captura incidental.

Projeto Albatroz em Cabo Frio (RJ)

O Projeto Albatroz nasceu em Santos (SP) e desde 1990 trabalha pela conservação das espécies de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. Desde 2014, o Projeto mantém uma base avançada de pesquisa na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no campus de Cabo Frio (RJ), que nos possibilitou ampliar as pesquisas no Porto de Cabo Frio, rota de diversas embarcações de pesca de espinhel e outras artes de pesca que utilizam linha e anzóis, com a qual albatrozes e petréis interagem e pela qual são capturados. 

Atualmente, o Projeto mantém bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS), Cabo Frio (RJ) e Natal (RN).

 


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