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Educação ambiental com pescadores em Itajaí (SC) resulta em sensibilização e recolhimento de redes fantasmas

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Trabalho feito pelos técnicos do Projeto Albatroz faz troca informações com pescadores, incentivando a colaboração pela conservação marinha

Estima-se que os petrechos de pesca fantasmas, ou seja, as redes, linhas e outros materiais usados nas pescarias e depois descartados nos oceanos, representam cerca de 10% (640 mil toneladas) de todo o lixo marinho. Além de representarem risco de contaminação, as redes fantasmas têm alto potencial de captura de animais marinhos, o que pode ser fatal. Parte do trabalho dos técnicos do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, que estão nos portos do Sul (Itajaí/SC e Rio Grande/RS) e Sudeste (Cabo Frio/RJ) passa por trocar informações com pescadores sobre as pescarias e suas interações com as aves marinhas, buscando sensibilizá-los para a conservação marinha e o uso de medidas mitigadoras, tornando-os parceiros deste trabalho.

Em fevereiro, durante visita de rotina da equipe ao terminal pesqueiro “Cais do Gugu”, em Navegantes (SC), o consultor técnico Danilo Filipkowski conversou com pescadores da embarcação BP Vô Dem II. Em meio às conversas com os tripulantes e o mestre do barco sobre o uso de medidas mitigadoras e a coleta de dados sobre captura incidental, eles relataram que após conversar com a equipe em ocasiões anteriores, a tripulação decidiu começar a recolher redes fantasmas durante suas viagens. Em apenas um embarque, foram recolhidos mais de 30kg de redes. 

As redes fantasmas geralmente são petrechos que se perderam das embarcações de origem, de forma inteiriça ou em partes, e ficam no oceano, causando impactos ambientais e econômicos, e capturando incidentalmente diversas espécies marinhas que poderiam potencialmente gerar renda ao setor pesqueiro. Por esse motivo, na opinião de Danilo Filipkowski, o trabalho de educação ambiental é fundamental, e tem como protagonistas os pescadores, que fazem parte da construção de soluções de problemas ambientais.

“Essa constatação da coleta de redes fantasmas por parte da nossa equipe, demonstra que  a parceria com os pescadores gera resultados significativos e diretos, com benefícios tanto ao setor pesqueiro, com o restabelecimento dos estoques, quanto ao meio ambiente,  com a conservação dos ambientes e organismos marinhos”.

Ele reforça que o Projeto Albatroz, enquanto membro da Rede Biomar, se compromete com a recuperação e conservação das populações de espécies marinhas ameaçadas e redução dos impactos ambientais nesses ecossistemas, levando essas discussões para dentro dos barcos pesqueiros e contribuindo com informações que empoderem os pescadores na conservação. “Esperamos que atitudes como a da tripulação do BP Vô Dem II se propaguem a outros terminais e barcos de pesca, e motivem ações contínuas e organizadas quanto a essa problemática.”

Metodologia de trabalho no porto

O Projeto Albatroz acompanha os pescadores do BP Vô Dem II há um ano, realizando visitas periódicas e conversando com seus tripulantes sobre os impactos ambientais, colhendo impressões sobre a interação dos barcos com as aves marinhas, tirando dúvidas sobre a biologia e o manejo desses animais, orientando sobre o preenchimento de documentos pesqueiros e fazendo o assessoramento técnico, muitas vezes em parceria com pesquisadores de outras instituições.

Esse trabalho é realizado utilizando uma metodologia de abordagem ‘barco a barco’. A equipe do Projeto Albatroz visita os terminais pesqueiros estratégicos para a frota de espinhel pelágico do Sul (Itajaí/SC e Rio Grande/RS) e para a frotal de linha e anzol do sudeste (Cabo Frio/RJ), com o intuito de construir pontes entre os técnicos e os pescadores locais. 

Por meio do contato direto, é possível orientá-los sobre a construção e utilização obrigatória das medidas de mitigação da captura incidental de aves marinhas previstas em lei (a INI n°07/2014 no caso das pescarias de espinhel pelágico), quanto aos procedimentos adequados de manuseio para a retirada de anzóis de aves capturadas vivas, sobre a biologia e ecologia das aves marinhas, de forma a sensibilizar a comunidade pesqueira e reduzir as capturas incidentais, além aumentar as chances de sobrevivência pós-captura e diminuir os riscos de acidentes para os pescadores devido ao manuseio inadequado. 

A instrução normativa (INI) n°07/2014 se refere ao uso obrigatório de três medidas mitigadoras simultaneamente: largada noturna dos anzóis, regime de peso para reduzir o tempo de disponibilidade das iscas aos albatrozes e petréis e o uso do toriline (linha espanta-aves). Para saber mais sobre as medidas de mitigação da captura de albatrozes e petréis, acesse este folder.

 

 

 


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