Edição especial da Albatalks discutiu o impacto das mudanças climáticas na conservação de albatrozes e petréis | Projeto Albatroz
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Edição especial da Albatalks discutiu o impacto das mudanças climáticas na conservação de albatrozes e petréis

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A transmissão ao vivo foi realizada em homenagem ao Dia Mundial do Albatroz

A terceira edição do Dia Mundial do Albatroz, comemorado em 19 de junho, escolheu como tema um assunto que ganha cada vez mais importância na conservação de espécies oceânicas: os impactos causados pelas mudanças climáticas. Por esse motivo, o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, reuniu pesquisadores e membros da sua equipe para abordar o tema e responder perguntas em uma edição especial da Albatalks.

Liderada pelo coordenador científico da instituição, Caio Azevedo Marques, a transmissão ao vivo também contou com a presença de Lucas Krüger, pesquisador do Instituto Antártico Chileno especializado em aves marinhas e de Patrícia Serafini, médica veterinária do CEMAVE/ICMBio, e colaboradora no Banco Nacional de Amostras de Albatrozes e Petréis (BAAP).

Como não é possível falar sobre Dia Mundial dos Albatrozes sem explicar as ameaças a que estão sujeitas estas, que são as espécies de aves mais ameaçadas do mundo, eles explicaram a dinâmica da pesca em alto-mar, como ocorrem as interações com os barcos de pesca e as medidas mitigadoras utilizadas para proteger os animais da captura incidental.

Porém, eles destacaram que a captura incidental não é a única ameaça que precisa ser levada em conta no trabalho para a conservação destas espécies. Além da poluição do oceano por lixo plástico, as mudanças climáticas e seus impactos também precisam ser levados em conta.

O coordenador científico do Projeto Albatroz, Caio Azevedo Marques, abordou alguns dos dados divulgados pelo Acordo Internacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP) este ano: 38% das espécies de albatrozes estão ameaçadas pelas consequências das mudanças climáticas, como eventos climáticos extremos e elevação do nível do mar; o perigo do aumento do nível do mar em atóis, colocando ninhos de albatrozes em risco;  aumento da taxa de divórcio em albatrozes como consequência ao estresse relacionado ao clima, entre outros.

Ele destacou a importância das condições climáticas na vida das aves: “enquanto nós utilizamos instrumentos e convenções para guiar nossa interpretação do tempo, as aves utilizam fatores ambientais, que guiam as atividades do seu ciclo de vida. Quando há alterações nesses padrões, existe impacto”, explicou.

Complexidade de impactos

Lucas Krüger, que é pesquisador do Instituto Antártico Chileno, destacou em sua fala que mais de 60% das espécies de albatrozes estão ameaçadas de extinção e o impacto das mudanças climáticas é bastante complexo. Como as aves oceânicas são especialmente suscetíveis a esses efeitos, ele salientou a importância da realização de pesquisas científicas que possam subsidiar estratégias de conservação em nível global.

“As mudanças climáticas, em termos de impacto nos oceanos, são um dos principais fatores de mudanças ambientais nesses ecossistemas”, explica. “No caso dos albatrozes, em particular, existe uma variação muito grande entre populações, que a depender de sua localização, podem sofrer diferentes impactos. Em aves marinhas de uma forma geral, o principal efeito negativo das mudanças climáticas seria a mudança na distribuição dos recursos. A mudança na distribuição dos recursos alimentares utilizados pelas aves pode dificultar que eles sejam capazes de alimentar seus filhotes, levando à redução do sucesso reprodutivo”, finaliza.

Krüger também analisou o impacto positivo das mudanças climáticas na velocidade dos ventos e na possibilidade dos albatrozes percorrerem maiores distâncias em busca de alimento, economizando energia: “existem vários fatores que podem levar uma população a ser afetada positiva ou negativamente por essas mudanças", observa. 

Pesquisa e políticas públicas

Médica veterinária do CEMAVE/ICMBio e colaboradora do Banco Nacional de Amostras de Albatrozes e Petréis (BAAP), Patrícia Serafini falou durante a transmissão ao vivo sobre as ações de governança nacional e internacional para proteger esse grupo de aves dos impactos cumulativos das mudanças climáticas. Ela destacou o trabalho do ACAP em nível global, e do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP) em nível local, para a criação de metas e ações que visem minimizar a mortalidade das aves.

Ela também destacou a importância de comemorar essa data mundial em parceria com órgãos gestores e pesquisadores de todo o mundo: “temos orgulho de lembrar que a sementinha para a criação do Dia Mundial do Albatroz foi plantada aqui no Brasil, em Florianópolis (SC), durante um encontro do ACAP”.

Sobre o BAAP

Criado no início de 2018 como parte das ações previstas no Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (Planacap), o Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis (BAAP) está localizado na Estação Ecológica dos Carijós, em Florianópolis (SC), por meio de uma parceria entre o Projeto Albatroz, R3 Animal e CEMAVE/ICMBio. O equipamento tem a função de receber, processar e organizar amostras biológicas de albatrozes e petréis, que  servirão para fomentar a pesquisa através do acesso ao material biológico armazenado pelo Projeto Albatroz e o intercâmbio de informações entre instituições parceiras (universidades, grupos de pesquisa, etc), maximizando o aproveitamento do material, destinando as carcaças dos animais para coleções ornitológicas e convertendo todas as amostras em fonte de dados para pesquisadores interessados.

Sobre as Albatalks

Criado no início de 2018 como parte das ações previstas no Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP), o Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis (BAAP) está localizado na Estação Ecológica dos Carijós, em Florianópolis (SC), por meio de uma parceria entre o Projeto Albatroz, R3 Animal e CEMAVE/ICMBio. O banco tem a função de receber, processar e organizar amostras biológicas de albatrozes e petréis, que servirão para fomentar a pesquisa através do acesso ao material biológico armazenado pelo Projeto Albatroz e o intercâmbio de informações entre instituições parceiras (universidades, grupos de pesquisa, etc), maximizando o aproveitamento do material, destinando as carcaças dos animais para coleções ornitológicas e convertendo todas as amostras em fonte de dados para pesquisadores interessados.

 


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