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Diversidade de aves costeiras é atração natural do Projeto Albatroz, em Cabo Frio (RJ)

Localizado à beira da Lagoa de Araruama, o Centro recebe dezenas de espécies que podem ser observadas pelos visitantes

A Lagoa de Araruama cobre 160 quilômetros da região costeira do Rio de Janeiro, banhando vários municípios da Região dos Lagos e se conectando ao oceano somente pelo Canal de Itajuru, próximo ao Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras. O clima agradável e a grande concentração de peixes atrai dezenas de espécies de aves, entre elas algumas endêmicas da região, e outras migratórias, que tornam o local estratégico para a observação da avifauna da cidade.

Entre as muitas espécies que podem ser encontradas estão o maçarico-de-bico-virado (Limosa haemastica) e o maçarico-de-bico-torto (Numenius hudsonicus), migratórios, que nidificam na região do Alasca e são avistados com muita frequência durante as trilhas em torno da lagoa, sendo identificados por seu longo e fino bico. 

Há também aves como o batuiruçu-de-axila-preta (Pluvialis squatarola), socozinho (Butorides striata), que tem um notável topete preto, colhereiro (Platalea ajaja), que chama atenção por sua plumagem rosa e bico comprido, sabiá-da-praia (Mimus gilvus), garça-moura (Ardea cocoi), marreca-toicinho (Anas bahamensis), garça-branca-grande (Ardea alba), pernilongo-de-costas-brancas (Himantopus melanurus) e caminheiro-zumbidor (Anthus lutescens). 

Além dessas espécies, é possível avistar também o tiê-sangue (Ramphocelus bresilius), muito encontrado na costa brasileira e inconfundível graças a sua penugem vermelha e bico preto.

De acordo com o biólogo e consultor do Projeto Albatroz, Eduardo Pimenta, a Lagoa de Araruama é um ecossistema muito importante para a avifauna da Região dos Lagos, porque além de suas espécies endêmicas, também atrai aves migratórias dos extremos norte e sul do continente americano, que fogem de seus locais de reprodução em busca de alimento e clima ameno. 

"Essas aves chegam a voar mais de 20 mil quilômetros, e encontram na lagoa, suas praias lagunares e oceânicas, uma grande biodiversidade de invertebrados que servem de alimento para elas", explica. "Por aqui, as aves têm alimento em abundância, recompõem suas energias através da ingestão e armazenamento de gordura nos seus corpos, trocam penas e cerca de três ou quatro meses depois, retornam para seus locais de origem. Tudo isso torna a Lagoa de Araruama importante para esse ciclo migratório e a conservação dessas espécies".

Avistamento de aves

Além de visitar as exposições do Projeto Albatroz e conhecer mais detalhes sobre essas aves oceânicas, sua conservação e a biodiversidade marinha, os visitantes também podem fazer o avistamento dessas aves dentro da área do centro. Na temporada de verão, o Projeto Albatroz vai inaugurar um observatório de aves, que conduzirá os visitantes para um ponto de observação acima da lagoa, dando uma vista privilegiada para a avifauna do local. A época é perfeita para a atividade, pois é quando as aves migratórias deixam o frio do inverno no hemisfério norte e buscam alimento em regiões mais quentes, como acontece na Lagoa, e podem ser avistadas em maior quantidade e diversidade no local.

"O Turismo de Observação de Aves vem crescendo bastante no Brasil, e também na Região dos Lagos, o que é uma ótima oportunidade de sensibilizar as pessoas para a conservação das aves e aproximá-las da natureza, além de incentivar o desenvolvimento local dessa forma de turismo mais sustentável, que interfere minimamente no comportamento das aves e no ambiente onde elas vivem", finalizou Pimenta.

Projeto Albatroz em Cabo Frio

O Projeto Albatroz nasceu em Santos (SP) e desde 1990 trabalha pela conservação das espécies de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. O projeto é patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental desde 2006 e, mantém uma base avançada de pesquisa na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no campus de Cabo Frio (RJ), desde 2014, que nos possibilitou ampliar as pesquisas no Porto de Cabo Frio, rota de diversas embarcações de pesca de espinhel com a qual albatrozes e petréis interagem e pela qual são capturados. 

O primeiro Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha do Projeto Albatroz foi criado para disseminar a cultura oceânica e desenvolver atividades de educação ambiental marinha para crianças, jovens, educadores, pescadores e turistas de toda a Região dos Lagos. A construção do espaço, realizada em uma área de 18 mil m² ao lado da Lagoa de Araruama, foi feita pelas empresas Executare e SMW.

Caminheiro-zumbidor (Anthus lutescens). Imagem: Eduardo Pimenta Socozinho (Butorides striata). Imagem: Eduardo Pimenta Marreca-toicinho (Anas bahamensis). Imagem: Eduardo Pimenta Sabiá-da-praia (Mimus gilvus). Imagem: Eduardo Pimenta Batuiruçu-de-axila-preta (Pluvialis squatarola). Imagem: Eduardo Pimenta Colhereiro (Platalea ajaja). Imagem: Eduardo Pimenta Maçarico-de-bico-virado (Limosa haemastica). Imagem: Eduardo Pimenta tiê-sangue (Ramphocelus bresilius). Imagem: Eduardo Pimenta Garça-branca-grande (Ardea alba) Pernilongo-de-costas-brancas (Himantopus melanurus. Imagem: Eduardo Pimenta

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