Sobre o
Projeto Albatroz

Objetivo foi disseminar conhecimento sobre a importância dos manguezais no sequestro e acúmulo de carbono junto aos jovens das comunidades

Na Região Metropolitana da Baixada Santista, 75% da população vive em áreas de bacias hidrográficas, sendo que mais de 130 mil pessoas residem em áreas de ocupação irregular, como no caso das ‘palafitas’. As comunidades que vivem nos territórios costeiro-marinho muitas vezes não possuem conhecimento sobre o acúmulo de carbono ou os serviços ecossistêmicos do território, tornando essencial a disseminação de informações sobre o ecossistema para combater a crise climática nos ambientes costeiros. Por esse motivo, o projeto de extensão Jovens Propágulos, da Unesp São Vicente, convidou o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, para uma saída de campo a bordo do barco-escola “Arca do Saber”.

A iniciativa é realizada pela Prefeitura de Bertioga (SP) e reúne estudantes entre 7 e 11 anos de idade em passeios náuticos para conhecer importantes pontos históricos e principais ecossistemas localizados na cidade. Os Jovens Propágulos são selecionados junto às comunidades e instituições sociais locais para atuarem como multiplicadores e monitores socioambientais, tornando-se lideranças na conservação e no convívio sustentável na parceria comunidades-manguezais da região estuarina de Santos e São Vicente.

Na saída de campo, realizada no fim de outubro, o grupo de mais de 20 crianças teve a oportunidade de aprender sobre temas relacionados aos manguezais, a importância da Mata Atlântica, o impacto das mudanças climáticas no território e também a conservação ambiental. Elas também puderam observar de perto a fauna e flora do manguezal, simplificando os conteúdos científicos das oficinas semanais de maneira lúdica, divertida e que engaja as crianças. Com isso, é possível sensibilizar e contribuir para o debate de importantes questões socioambientais, construindo vínculos entre conhecimento científico e saberes do cotidiano, sensibilizando sobre temas relacionados à Década do Oceano.

“Trazer para perto os animais, as plantas, os aromas e a realidade do manguezal durante a saída de campo permitiu que as crianças realmente visualizassem e interagissem com aquilo que é explicado nas oficinas, impactando sua formação com as experiências fora de sala de aula”, analisou Arianne Fonseca, educadora ambiental do Projeto Albatroz. “Esse trabalho é essencial para construir uma conexão entre oceano e manguezal, que é um ecossistema de transição e tem tudo a ver com a conservação do oceano, lar de aves como os albatrozes e petréis”.

Segundo Beatriz Viana, assessora de comunicação responsável pelas redes sociais do Projeto Albatroz, a atividade permitiu um contato direto com a riqueza dos manguezais e sua importância para um oceano mais saudável e resiliente: “o passeio na Arca do Saber foi uma oportunidade muito enriquecedora para aprendermos sobre o manguezal a partir da vivência direta no bioma”, explica. “Tivemos uma experiência única no barco-escola, resultando em um verdadeiro intercâmbio cultural entre projetos e parceiros.”

O projeto de extensão Jovens Propágulos conta com a parceria do Instituto Arte no Dique e do Projeto Albatroz.