Workshop do Common Oceans Tuna Project cria uma base de dados internacional sobre captura de albatrozes
Com o objetivo de apresentar os dados mais recentes sobre o panorama da captura incidental de aves marinhas nos âmbitos global e nacional, pesquisadores brasileiros e estrangeiros, representantes do governo do País e organizações ambientais se reuniram com o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e a Birdlife International (África do Sul) para um workshop do Common Oceans Tuna Project. O encontro foi realizado na Universidade Veiga de Almeida (UVA), onde se encontra a base mantida pelo Projeto, na cidade de Cabo Frio (RJ), na última semana.
Implantado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o projeto internacional tem o objetivo de conseguir eficiência e sustentabilidade na produção de atum e conservação da biodiversidade nas Áreas Além da Jurisdição Nacional (ABNJ), por meio de uma abordagem ecossistêmica na pesca deste peixe. Portanto, é incluída em sua pauta também a conservação de albatrozes e petréis, aves oceânicas ameaçadas de extinção.
O evento foi conduzido pela coordenadora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, e o representante da BirdLife International (África do Sul), Ross Wanless. Representantes de ambas as instituições revezaram-se em palestras cujo intuito era debater a mortalidade destas aves nos mares brasileiros, assim como a necessidade de integrar informações sobre o tema.
Segundo Wanless, das várias atividades realizadas no encontro, uma delas se destacou pela sua importância. “Um ótimo resultado do nosso workshop foi o acordo para a combinação de bases de dados de diversos parceiros em prol de um objetivo comum, que é entender a captura incidental de aves oceânicas na pesca de espinhel brasileira”.
Já para a coordenadora do Projeto Albatroz, a grande representatividade do evento contribuiu para que ainda mais entidades pudessem ajudar com seus dados sobre a pesca para um grande banco sobre o tema. “Nós notamos que uma série de outros institutos, universidades e projetos também poderiam ser colaboradores deste grande pool de dados”, explica. O Projeto Albatroz, como representante nacional do encontro, fará o contato com estas entidades.
Entre os participantes do evento, estavam membros do Ministério do Meio Ambiente (MMA), BirdLife International, Projeto Albatroz, Projeto Tamar, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Aves Silvestres (Cemave), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP), Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), entre outros.
POOL DE DADOS
A grande base de dados tem como objetivo reunir o maior número possível de informações para a realização de estudos estatísticos. Especialistas modelarão tais dados a fim de compreender a realidade da conservação de albatrozes e petréis, além de criar subsídios para novas estratégias de proteção - não só no Brasil, mas também em todo o Oceano Atlântico Sul Ocidental.
Três tipos de dados farão parte do banco, segundo Tatiana Neves:
>> Pesca: distribuição do esforço da pesca, tipos de pescarias realizadas no Brasil, épocas do ano com mais atividade e locais onde são realizadas.
>> Captura incidental: número de mortes de albatrozes por tipo de arte de pesca, especialmente na de atuns.
>> Ocorrência de albatrozes e petréis na costa brasileira.
“As propostas de modelagens estatísticas feitas no evento tiveram o intuito de mostrar aos participantes como é importante ter dados consistentes e quais resultados podem ser alcançados com eles”, afirma Tatiana. Eles podem ser utilizados, por exemplo, para definir áreas e espécies prioritárias de proteção, época do ano e local com maior atividade pesqueira, entre outras informações.
O resultado deste workshop não é importante somente para o Common Oceans Tuna Project, como também é uma das ações previstas no novo texto do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (Planacap), definido em reunião recente e que deverá ser executado dentro dos próximos cinco anos.
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