Esqueleto de baleia-jubarte será parte das ferramentas de educação ambiental do Projeto Albatroz em Cabo Frio (RJ) | Projeto Albatroz
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Esqueleto de baleia-jubarte será parte das ferramentas de educação ambiental do Projeto Albatroz em Cabo Frio (RJ)

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Cetáceo encalhado foi doado pelo Instituto Orca para fins educativos e especialista em osteomontagem está trabalhando na preparação do animal

Um dos principais objetivos com a construção do primeiro Centro de Visitação do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, é aproximar a biodiversidade marinha dos turistas e moradores da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, como forma de educação ambiental. Entre as ferramentas educativas que vão compor o espaço ao lado da Lagoa de Araruama está um esqueleto de uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae), doada ao Projeto Albatroz pelo Instituto Orca, especializado no resgate e manejo de cetáceos. 

O animal com mais de 12 metros de comprimento e 25 toneladas foi encontrado encalhado na Praia de Carapebus, no município de Serra (ES), no início do último mês de agosto. Após os primeiros atendimentos e análises no local, os especialistas do Instituto Orca constataram que se tratava de uma fêmea ainda jovem, e não de um filhote. Por se tratar de uma praia de difícil acesso para máquinas de grande porte, a baleia acabou sendo retirada e desossada quase manualmente, e depois doada ao Projeto Albatroz para fins de educação ambiental em seu centro de visitação.

Para João Marcelo Ramos Nogueira, diretor de projetos do Instituto Orca, apesar da complexidade da ação para retirar e transportar a baleia-jubarte até Cabo Frio (RJ), a doação do animal vai cumprir um papel importante para a divulgação de informações sobre o oceano e a sensibilização ambiental. “Nós entendemos que a educação ambiental é hoje uma das principais ferramentas para contribuir com a solução de um problema ambiental muito importante, relacionado ao oceano. Ficamos muito lisonjeados em poder fazer parte disso”.

Etapas da osteomontagem

A osteomontagem é o nome da técnica que se dedica a dispor os ossos de um determinado animal em sua posição e função original, posicionando o esqueleto em uma posição anatômica, ou seja, igual aquela que a espécie apresentava em vida - aproveitando-a para exposições, estudos e atividades de educação ambiental. O processo de osteomontagem começa logo após o óbito do animal e precisa ser realizado por um profissional especializado. 

Desde o momento do desencalhe, a baleia-jubarte recebida pelo Projeto Albatroz está sendo assistida pelo biólogo e especialista em osteomontagem Antônio Carlos Amâncio. Segundo ele, há uma lista de etapas obrigatórias que precisam ser seguidas à risca para que a osteomontagem seja bem sucedida. 

Ainda na praia, com ajuda de técnicos e maquinário, o biólogo fez a retirada dos ossos do animal, com técnica de limpeza específica e transporte até a área do Centro de Visitação. Por lá, a ossada foi enterrada para mais uma fase de decomposição da matéria orgânica, que não pode ser concluída na praia. Em outubro, Amâncio e voluntários da Universidade Veiga de Almeida (UVA), retornaram ao trabalho, desenterrando os ossos e acelerando o processo de decomposição da gordura que envolve o material, lavando e secando todo o esqueleto com uma técnica específica.

Após a higienização completa da ossada, será a vez de clarear todos os ossos para que fiquem estéticamente adequados para exposição ao público. Em seguida, a ossada será restaurada e impermeabilizada, para garantir uma vida útil maior ao material ósseo e permitir que a montagem do esqueleto seja concluída.

“As últimas vértebras caudais da baleia-jubarte precisaram ficar mais algum tempo em maceração (imersas em água) para decomposição da matéria orgânica, pois são locais com bastante acúmulo de gordura. Já retornamos ao trabalho e nosso objetivo é concluir a osteomontagem nos próximos meses”, explicou o especialista.

Conhecer para conservar

Entre as diversas atrações, atividades e ações que estão sendo planejadas para envolver os visitantes do Centro de Visitação do Projeto Albatroz, está o pavilhão ‘Um Mergulho no Oceano’, que tem o objetivo de apresentar a biodiversidade da fauna marinha brasileira e despertar o encantamento de crianças e adultos por esse ecossistema.

De acordo com a coordenadora de educação ambiental da instituição, Cynthia Ranieri, o esqueleto da baleia-jubarte vai desempenhar um papel-chave no pavilhão, que dará destaque para as espécies-bandeira da Rede Biomar, formada pelos projetos de conservação marinha Albatroz, Baleia-Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Meros do Brasil, patrocinados pela Petrobras. 

“Nós acreditamos que a conservação marinha só é possível a partir do engajamento e conhecimento de todos sobre as riquezas do oceano e suas espécies. O esqueleto da baleia-jubarte vai surpreender os visitantes e permitir que se familiarize com a potência desse mamífero marinho que parece tão distante de nós, mas que está mais perto do que imaginamos”.

Sobre o Centro de Visitação do Projeto Albatroz

O primeiro centro de visitação da instituição terá como objetivo principal disseminar a cultura oceânica e também a desenvolver atividades de educação ambiental marinha para crianças, jovens, educadores, pescadores e turistas de toda a Região dos Lagos, alinhado com a Década do Oceano, que teve início em 2021.

No centro, visitantes poderão ter vivências relacionadas ao ecossistema marinho e costeiro e também à biologia e as características dos albatrozes e petréis, grupo de aves mais ameaçadas do planeta. No espaço, também serão realizadas exposições tecnológicas e artísticas, oficinas e atividades socioambientais e culturais para o público.

O Centro de Visitação do Projeto Albatroz está sendo construído em uma área de 18 mil m² ao lado do Parque Ecológico Municipal Dormitório das Garças e da Lagoa de Araruama, em Cabo Frio (RJ).

Projeto Albatroz na Região dos Lagos

O Projeto Albatroz nasceu em Santos (SP) e desde 1990 trabalha pela conservação das espécies de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. O projeto é patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental desde 2006 e, mantém uma base avançada de pesquisa na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no campus de Cabo Frio (RJ), desde 2014, que nos possibilitou ampliar as pesquisas no Porto de Cabo Frio, rota de diversas embarcações de pesca de espinhel com a qual albatrozes e petréis interagem e pela qual são capturados. 

Atualmente, o Projeto Albatroz mantém bases de atuação em seis estados brasileiros.

 

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