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Encontro internacional pelos albatrozes apresenta bons resultados e novos desafios para o Brasil

No início de novembro, o Projeto Albatroz participou de um encontro do programa Albatross Task Force (ATF). Uma equipe global de especialistas discutiu, na África do Sul, a captura incidental de aves oceânicas por barcos de pesca e medidas para reduzir o problema, entre outros assuntos relacionados.

O programa ATF é uma rede mundial que reúne técnicos e pesquisadores em ações voltadas para a conservação de aves marinhas, em especial os albatrozes e petréis. É uma iniciativa da BirdLife International/Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) e conta com apoio da Save Brasil. No Brasil, é coordenado pelo Projeto Albatroz, que foi representado no encontro por Tatiana Neves, Coordenadora Geral; Augusto Costa, Consultor da base de Rio Grande-RS e Rodrigo Claudino, Consultor da base de Itajaí-SC.

Foram realizadas duas reuniões. No Workshop do Programa Albatross Task Force 2015, os membros ATF dos países participantes apresentaram seus avanços sobre a implementação das medidas de mitigação nas pecarias alvos, além de desafios e estratégias para a conservação de albatrozes em outras pescarias, entre outros temas. Um dos resultados de destaque foi a grande redução da captura de albatrozes e petréis no Uruguai, a partir do uso das medidas de mitigação. O sucesso também se deve ao apoio governamental para o monitoramento das atividades de pesca no país, com ampla cobertura da frota nacional e internacional.

Também foram traçados novos planos de atuação, estratégias e matrizes de amostragem para as pescarias.  No Brasil, outras técnicas de pesca de espinhel foram identificadas como novos alvos, entre elas os espinhéis demersais (espinhel de fundo) e a frota de Itaipava, de pequena escala, dedicada à pesca com linha, com origem no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Foi tratado que o Brasil deverá realizar uma avaliação de risco, através de modelagem estatística, para medir seu potencial impacto. 

Apesar das embarcações individualmente serem classificadas como de pequena escalda, será necessário estudar o que pode ocorrer após a soma do esforço de pesca da frota de Itaipava, que concentra mais de 600 barcos atuando em diversos pontos da costa brasileira. Por fim, uma análise dos trabalhos realizados nos últimos 9 anos (2006-2015) e uma projeção para os próximos 5 anos concluíram a primeira etapa do encontro.

Teste de monitoramento com câmeras a bordo

A segunda reunião tratou de uma proposta que envolve a BirdLife, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Global Environment Facility (GEF), instituição focada em investimentos na área ambiental. Um dos pontos discutidos foi a participação do Brasil no teste de Monitoramento Eletrônico (sistema de câmeras a bordo para filmar a pescaria, visando verificar o uso e a eficiência das medidas de mitigação). Este projeto necessita, no entanto, ter o envolvimento da indústria pesqueira e do governo. Também foram abordadas questões relativas à qualidade dos dados gerados sobre a captura de aves marinhas com observadores a bordo e a capacidade dos países de realizar as análises.  Em breve será organizado um workshop para capacitar pessoas de diversos países para a avaliação dos dados, incluindo o Brasil. 

*Colaborou: Rebeca de Souza


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