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Albatrozes e petréis do Brasil

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Albatrozes

Albatrozes são aves marinhas migratórias e pertencem à ordem Procellariformes (do latim procela, tempestade). Estas aves passam a maior parte da vida pelo oceano aberto buscando alimento, voando sobre a água ou pousando nela. Visitam costas ou ilhas apenas para se reproduzir e cuidar do filhote. Não são grandes mergulhadoras já que a plumagem de um albatroz espessa e impermeável para manter seu corpo quente e seco, como se estivesse envolto por uma bolha de ar quente. Existem, no mundo, 22 espécies de albatrozes, sendo que seis deles sobrevoam águas do Brasil ou interagem com a pesca brasileira. Conheça cada uma delas:


Albatroz-de-Tristão
Diomedea dabbenena

É também chamado popularmente de Albatroz-de-Gough. É ligeiramente diferente do albatroz-viageiro ou errante (Diomedea exulans) adulto porque tem menores medidas das asas, dos tarsos e dos bicos. É branco com as pontas das asas negras e tem o bico rosado. Reproduz-se no arquipélago Tristão da Cunha (ilhas de Tristão, Inacessible e Nightingale) e na Ilha Gough, no Oceano Atlântico. Na ilha de Tristão da Cunha, foi extinto em função da exploração de ovos e de filhotes para alimentação dos habitantes locais. Outra razão foram os ataques aos filhotes por meio de ratos introduzidos pelo homem na ilha.

Estado de conservação: Em perigo de extinção.


Albatroz-viageiro ou errante
Diomedea exulans

É a maior ave do planeta em envergadura: com asas abertas, chega a 3,5 metros. Por esse motivo, é também conhecido como albatroz-gigante. Alguns ultrapassam os 80 anos de idade (Warham, J.1990). Colocam apenas um ovo a cada dois anos. A plumagem dessa espécie, ainda jovem, é marrom escura com a cabeça e a parte debaixo das asas brancas. Já na fase adulta, se torna muito parecido com o albatroz-de-Tristão: branco com as pontas das asas negras. Durante toda a existência, tem o bico e as patas cor de rosa claro. Nidifica em ilhas subantárticas, a exemplo das Crozet e Kerguelen.

Estado de conservação: Vulnerável.


Albatroz-de-nariz-amarelo-do-Atlântico
Thalassarche chlororhynchos

Pode chegar a dois metros com as asas abertas e é o menor representante dos albatrozes. Quando adultos, sua principal característica é o bico negro com uma faixa amarela. Tem cabeça e pescoço acinzentados. Aparentemente, os machos são maiores que as fêmeas. É comum no sudeste e sul do Brasil, mas também é avistado no nordeste. Nidifica nas ilhas do arquipélago de Tristão da Cunha e na Ilha Gough.

Estado de conservação: Vulnerável.


Albatroz-de-sobrancelha-negra 
Thalassarche melanophrys

Os adultos são brancos com asas negras, que podem chegar a medir 2,25 metros. Possuem um bico característico, alaranjado e avermelhado na ponta. Há uma faixa negra marcante sobre os olhos em forma de sobrancelha. É o mais comum na costa do Brasil e também o mais capturado. Nidifica em sete ilhas subantárticas ou arquipélagos, entre elas Ilhas Geórgia do Sul, assim como nas Ilhas Malvinas/Falklands e em outros quatro arquipélagos ao sul do Chile.

Estado de conservação: Ameaçado.


Albatroz-real-do-norte
Diomedea sanfordi

Ave branca com asas totalmente pretas que podem chegar até 3,20 metros de comprimento. Tem o bico rosado com a ponta amarela e uma parte da maxila é mais escura. Quando jovens, o que os caracteriza são algumas manchas escuras no dorso e no alto da cabeça. Um dos locais que se alimentam é o sul do Brasil. Só se reproduz em ilhas da Nova Zelândia.

Estado de conservação: Em perigo de extinção.


Albatroz-real-do-sul
Diomedea epomophora

Espécie de grande porte por pertencer à família Diomedeidae. Geralmente, é maior do que o albatroz-real-do-norte e tem envergadura semelhante a do albatroz-viageiro, de 3,5 metros. Os bicos e as patas são rosa. São aves brancas com marcações e pontas pretas. Enquanto jovens, possuem a ponta da cauda e as asas superiores pretas, que vão clareando gradativamente. A característica que o diferencia do viageiro é a parte inferior do bico, que é preta. 

Estado de conservação: Vulnerável.

Veja o mapa da rota dos Albatrozes e Petréis que vêm de ilhas distantes para ser alimentar em águas brasileiras:

Petréis

Os petréis também pertencem à mesma ordem e se diferenciam dos albatrozes por meio do tamanho, cor de pena e bico, entre outras características. Contudo, a maior diferença entre um albatroz e um petrel é o posicionamento dos tubos nasais. No planeta há 105 espécies, 12 delas ocorrem no Brasil e duas interagem com a pesca. São elas:


Pardela-preta
Procellaria aequinoctialis

Espécie de tamanho médio com asas que medem entre 1,3 e 1,4 metros. A plumagem é marrom-escura uniforme. O bico é claro com manchas negras e as patas são completamente negras. Possuem uma mancha branca no "queixo" que, em algumas aves, é mais visível do que em outras. Essa ave tem uma ampla distribuição e é conhecida por nidificar em ilhas subantárticas da França, Nova Zelândia e sul da África, assim como nas Ilhas Geórgia do Sul e Malvinas/Falklans.

Estado de conservação: Vulnerável.


Pardela-de-óculos
Procellaria conspicillata

Um pouco menor que a pardela-preta. Caracteriza-se pela máscara facial branca com tamanho e formato que varia de acordo com a ave. Tem boa capacidade de mergulho, atingindo até 6 m de profundidade. É muito comum acompanhar os barcos espinheleiros, aproveitando os descartes de peixes. Só se reproduz na Inacessible Island, do arquipélago Tristão da Cunha, no Oceano Atlântico.

Estado de conservação: Em perigo de extinção.
 

Pardela-de-sobre-branco
Puffinus gravis

Tem as asas com envergadura de até 1,12 metros. Coloração marrom-acinzentada na parte superior, exceto na base branca da cauda em forma de meia lua além de um colar na área do pescoço no mesmo tom. A parte inferior é branca com uma mancha marrom-escura no abdômen, assim como a borda das asas. Migra para o Hemisfério Norte e para a região nordeste do Brasil, ambas áreas de passagem e alimentação. Apenas interage com a pesca de espinhel. No entanto, é capturada pelas redes de pesca de emalhe. Nidifica no arquipélago Tristão da Cunha (ilhas de Tristão, Inacessible e Nightingale) e nas Ilhas Gough e Malvinas/Falklands.

Estado de conservação na Lista Vermelha da União para Conservação da Natureza (IUCN): Menos crítica.

 

Petréis que nidificam em território brasileiro

Apenas duas espécies de petréis nidificam em território brasileiro e ambas apresentam problemas particulares de conservação, por terem suas colônias em ilhas que são vulneráveis à introdução de predadores e à destruição de habitats.


Pardela-de-Trindade
Pterodroma arminjoniana

Nidifica na Ilha da Trindade e ilhotas próximas, que distam aproximadamente 1.200 km do continente, e no arquipélago de Martin Vaz, situado a cerca de 50 km da Trindade. Aparentemente, essa ave não interage com a pesca, mas enfrenta problemas em sua área de reprodução, tais como supressão da cobertura vegetal e introdução de animais domésticos. Com as asas abertas, pode chegar a um metro. Apresenta variedade de cores de plumagem, com tons claros (raros), escuros (comuns) e intermediários.

Estado de conservação: Vulnerável.

 

Pardela-de-asa-larga
Puffinus lherminieri

É uma ave pequena, com envergadura de 65 a 70 cm. Nidifica em Fernando de Noronha (PE) e nas Ilhas Itatiaia (ES). No Brasil, menos de dez casais dessa espécie foram observados em cada uma das localidades onde a espécie foi registrada. 

Estado de conservação: Criticamente em perigo.

 

Petréis frequentemente avistados

Apesar de serem aves oceânicas, alguns petréis são avistados na costa do Brasil. São eles:


Fura-bucho-de-capuz
Pterodroma incerta

Ave cujo tamanho médio é 1,04 metros. Tem as costas marrom claro mesclado com branco, sendo mais escuro nas asas e na cauda. Bico preto e patas amarelo-claro, com as pontas dos dedos e membranas marrom-escuro. A espécie aparece como visitante em águas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Nidifica nas Ilhas de Tristão da Cunha e Gough. 

Estado de conservação: Vulnerável.


Fura-bucho-de-coroa
Pterodroma mollis

Ave de tamanho médio de 89 cm. As costas são preto-acinzentadas com a parte inferior branca. Possui um distinto colar cinza-escuro. Bico preto, assim como a área ao redor dos olhos. Acompanha as embarcações, mas não há registro de captura na arte de pesca de espinhel pelágico. 

Ausente da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.


Petrel-gigante
Macronectes giganteus

Espécie grande com envergadura de 1,95 metros. Enquanto jovens a plumagem é marrom-escura. Quando adultos possuem a parte inferior cinza escuro, as asas de um tom mais claro e a plumagem da cabeça se torna branca. Outra característica evidente é o bico grande de cor amarela com um tubo nasal muito comprido. É bastante avistado nos mares do estado Santa Catarina e em Rio Grande-RS. 

Ausente da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.


Petrel-gigante-do-norte
Macronectes halli

O petrel-gigante-do-Norte é considerada espécie “gêmea” do petrel-gigante (Macronectes giganteus), já que as diferenças morfológicas são poucas. A sua envergadura é de 1,8 a 2,2 metros. Uma das suas características é o notável polimorfismo (diferentes formas) na coloração da plumagem, passando por complexas mudanças conforme envelhece, podendo ir do marrom e fuligem ao branco. Nidifica em ilhas subantárticas, incluindo as Géorgia do Sul e os arquipélagos de Crozet e Kerguelen. As Géorgia do Sul mantêm a maior parte da população dessa espécie (mais de um terço).

Ausente da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.


Petrel-prateado
Fulmarus glacialoides

A ave tem um tamanho médio com asas de até 1,2 m de envergadura. O nome popular prateado vem do tom cinza-claro que predomina nas costas da ave. A parte inferior desse petrel é branca e as pontas das asas são escuras. Bico cor-de-rosa com ponta azul escuro e tubos nasais azul claros. As patas são cor-de-rosa e os dedos acinzentados. Aparece durante o inverno no sul do Brasil em latitudes altas. 

Ausente da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.


Alma-de-mestre
Oceanites oceanicus

É uma ave de tamanho pequeno, entre 38 e 42 cm. A plumagem é preta-amarronzada, com uma faixa branca que antecede a base da cauda. As patas são longas e pretas na mesma cor do bico. Por ser uma ave de alto-mar e emitir longos pios, acreditava-se que esses sons vinham de almas de mestres ou capitães de navios que se perderam no mar. Esta lenda explica seu nome popular. Chocam-se com os barcos durante a noite. Acredita-se que elas se desorientem com a luz das embarcações. É avistada com frequência.

Ausente da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.


Petrel-pequeno
Puffinus puffinus

Ave pequena, com asas de até 82 cm de envergadura. Bico fino e negro. O ventre é quase todo branco, as costas muito escuras e a cabeça quase negra, com exceção da garganta e das faces abaixo dos olhos. Migrante do Hemisfério Norte. Esta ave é raramente avistada.

Ausente da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.


Pomba-do-cabo
Daption capense

Petrel de tamanho médio (85 centímetros). Possui plumagem preta com manchas brancas; a nuca e o pescoço são pretos. A parte inferior é predominantemente branca, com bordas pretas nas asas e na cauda. Bico e patas pretos e íris dos olhos marrom. Andam em bandos (centenas ou dezenas).

Ausente da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.

 


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